“Dá
instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda, ensina ao justo, e ele
crescerá em prudência”.
Provérbios 9.9
“Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito,
a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos
esperança”.
Romanos 15.4
À
priori, devemos entender educação–
de uma criança, jovem ou de um adulto –,
de modo geral, como
um desafio constante e que isto enfrenta a necessidade de readaptações e a
assimilação de novos instrumentos para interagir com seu tempo e seu meio.
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
Educação é o ato ou processo de educar(-se). Educar é dar (a alguém) todos os
cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade. Educar é
também transmitir, a saber: dar ensino a, instruir. Educação é a aplicação dos
métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico,
intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino. O conjunto
desses métodos: pedagogia, instrução, ensino. O desenvolvimento metódico de uma
faculdade, de um sentido, de um órgão. Ex: da memória, do paladar, do
intestino. O conhecimento e observação dos costumes da vida social; civilidade,
delicadeza, polidez, cortesia.
De tal maneira, deve-se praticar uma pedagogia na
qual a capacidade didática e o talento do educador aliados ao seu conhecimento
técnico e maturidade profissional são os ingredientes fundamentais para que se
estabeleça uma aliança de aprendizagem nesse ideário de ensino libertador e
“potencializador” de um ser humano.
Não diferentemente podemos implantar tais pontos positivos
na Educação Cristã, pois, entende-se ser um conjunto amplo referente ao
processo de desenvolvimento da personalidade, tendo em vista a orientação da
atividade humana na sua relação com o meio social onde vive.
Sendo, em suma, a sociedade uma instituição social –
incluindo-se, de certa forma, modalidade de influencias e relações que
convergem para a formação do indivíduo, seja nos traços de personalidade social
ou no caráter. E, contudo, poderíamos resumir que educação é um processo
contínuo, que se desenvolve a vida inteira, independentemente de ambiente
escolar.
Agora, levando em conta a Educação Cristã,
poderíamos dizer que ela vai muito além da escola – como estrutura física, do
plano de aula, currículo e dos materiais didáticos.
A educação cristã
consiste em construir o conhecimento, levando os aprendizes a serem ativos
participantes no processo educacional, ao invés de meros ouvintes passivos. Assim
como Jesus realizara em seu ministério, onde levara as pessoas a pensarem –
formador de pensamentos. Como diz o ditado: Não
dê o peixe, mas ensine a pescar.
Assim, o ensino é muito mais do que apenas depositar
conhecimento no cérebro do aluno, levando a memorizar dados – Paulo Freire
chama esta prática de modo pejorativo: educação bancária.
A educação cristã, por sua vez, tem como objetivos
proporcionar o desenvolvimento do indivíduo como um todo e lhe oferecer
condições de crescer em sua vida espiritual, no conhecimento de Deus e das
Escrituras.
Esse crescimento trabalha com os aspectos físicos,
emocionais, espirituais e sociais de uma pessoa. Podemos, entretanto, citar o
próprio Jesus, pois a Bíblia nos relata que: “crescia em sabedoria, em estatura
e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52).
Em fim, a prática educativa é um fenômeno social e
universal. Não há sociedade sem prática educativa nem prática educativa sem
sociedade. Refere-se ao processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e
experiências culturais que os capacita a atuar no meio social onde vivem.
Com isso, entendemos que tais práticas educativas,
cristã, ou não, podem ser: formal, informal e intencional.
Intencional, ao qual se entende como influencias;
intenção e objetivos definidos conscientemente. Neste envolve métodos,
técnicas, lugares e condições específicas prévias criadas para gerar ideias,
conhecimentos, atitudes e comportamentos. Tal forma educacional é dividida em: Formal,
pois podemos sistematizá-la, a fim de que seja ordenada e planejada (realizada,
no caso de educação cristã, na igreja). Não formal, como por exemplo, educação
estruturada fora do sistema escolar convencional (em nosso caso, fora da
igreja, em retiros, nos lares, etc.).
Por conseguinte, a educação cristã somente cumpre
sua missão quando olha para o indivíduo de forma integral e tendo como objetivo
alcançar maturidade como cristãos, para que possamos fazer a diferença onde
estivermos e aonde formos – sendo, em todo o tempo, o sal da terra e a luz do
mundo.
A Educação Cristã segundo a Bíblia
Aqui iremos citar o livro de Deuteronômio, o qual fora
escrito por Moisés, após a peregrinação no deserto, ao qual também faz parte do
Pentateuco.
É sabido que a primeira geração de judeus, que saíra
do Egito, tinha morrido, e agora uma geração nova, cuja maior parte não tinha
lembrança da primeira páscoa, da travessia do Mar Vermelho, nem da lei do monte
Sinai iria tomar posse da terra prometida.
Assim, Moisés repete o relato da história recente de
Israel, e escreve novamente a aliança de Deus, os dez mandamentos, as promessas
de benção e maldição, para que o livro fosse lido para o povo.
Este se tornou, de certa forma, um documento da
aliança de Deus com o homem. Este trecho das escrituras era um daqueles que
eram escritos em pergaminhos, e colocados em caixinhas que eram amarrados nos
braços e colocado na testa pelos escribas e fariseus, num cumprimento literal
do mandamento.
Mas, realmente, o que Deus queria não era tal
atitude, mas que fosse cumprido o que mandara que coração aberto e sincero. Por
outro lado, tornaram-no um amuleto.
Este é o Shemá (Deuteronômio 6:4-9)
[4] Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR.
[5] Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de toda atua força.
[6] Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no
teu coração;
[7] tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te.
[8] Também as atarás como sinal na tua mão, e te
serão por frontal entre os olhos.
[9] E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas
tuas portas.
Em fim, a “base teológica” da a educação cristã, nos
mostra que a educação está no centro da missão da igreja:
– passar adiante os preceitos divinos
– relação pessoal de quem ensina com Deus
– relacionamentos interpessoais dentro e fora de
casa.
A palavra hebraica traduzida aqui por inculcar (ou
ensinar, intimar) é lamad, e é uma
palavra de grande abrangência, e representa muito bem o processo de ensino e
aprendizagem que Deus estabeleceu para os pais e filhos. Com isso podemos
contextualizar esta expressão em:
1. “Cortar” a mente; é a ideia de uma navalha afiada
formando um canal (sulco) na mente e produzindo por meio desta incisão um
padrão de pensamento.
2. Formar um estilo de vida, ou uma maneira de
viver.
Desta forma, temos aqui, portanto, dois aspectos:
interno (número 1) e externo (número 2).
Por fim, fica-nos claro que necessitamos ensinar uma
criança no caminho de Deus. Temos que considerar que a mente desta, em sua
formação natural, deixada por si só, irá produzir padrões de pensamento
pecaminosos – pois nascemos em pecado e em pecado fomos gerados.
Para que ensinemos uma criança biblicamente temos
que cortar tais padrões de pensamento errados, e redirecioná-los à palavra
divina.
E que ferramenta mais adequada há para cortar, e
produzir este estilo de vida do que a palavra de Deus? Porque esta é como uma
espada, ao qual é capaz de cortar, aniquilar, os padrões errados e estabelece
novos (Hb 4:12):
“Porque a palavra de Deus é viva, e
eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração”.
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