1.
Introdução
Deuteronômio
– “Os Últimos Discursos de Moisés no Deserto” – consiste em uma série de
mensagens de despedida pronunciada pelo líder de Israel, quando este estava com
120 anos.
Ele
os dirigiu à nova geração destinada a possuir a Terra da Promessa – aqueles que
sobreviveram aos 40 anos de peregrinação no deserto.
Como
nos é sabido, de igual forma a Levítico, Deuteronômio contém um vasto volume de
detalhes legais, sua ênfase, por sua vez, é posta mais nos leigos do que nos
sacerdotes.
Moisés,
desta forma, lembra à nova geração a importância da obediência, se porventura
eles tivessem disposição de aprender a partir do triste exemplo de seus pais.
As palavras iniciais de Moisés à nova geração são dadas de forma oral e
escrita, de modo que durem por todas as gerações.
Enfim,
o livro de Deuteronômio tem sido chamado de “O Quinto [livro] da Lei”, visto
que completa os cinco livros de Moisés.
O
povo judeu o tem também denominado Mishneh
Hattorah
(“Repetição da Lei”), o que é traduzido na Septuaginta como to deuteronomion touto (“Esta Segunda
Lei”).
Entretanto,
Deuteronômio não é uma segunda lei, mas a adaptação e expansão de grande parte
da lei original dada no monte Sinai. O título português provém do título grego deuteronomion (“Segunda Lei”).
Deuteronômio tem sido também chamado com muita propriedade de o “Livro de
Memória”.157
2.
Título
Quanto
ao Título em português do livro de Deuteronômio parece basear-se na tradução
errada que a LXX faz da frase, "um traslado desta lei" (17: 18), deuteronomion touto, também, podemos
aplicar-lhe a tradução de: “segunda lei” ou “repetição da lei”.
O
título judeu, deveirim, “palavras”, vem do costume de usar
as palavras introdutórias do livro por título.
Desta
forma, o livro de Deuteronômio começa com a declaração, "São estas as
palavras que Moisés falou" (1:1a).
Considerando,
assim, que os antigos tratados de suserania começavam exatamente assim, o
título judeu chama a atenção para uma das pistas que identificam o caráter
literário deste livro.
3. Ocasião Histórica
Apenas
dentro da estrutura da administração da aliança redentora de Deus é que o
Deuteronômio pode ser adequadamente interpretado. As promessas concedidas aos
patriarcas, final e inteiramente realizadas em Cristo, tiveram um cumprimento
provisional e típico nas alianças em que Moisés serviu de mediador para Israel.
Na aliança do Sinai estabeleceu-se a teocracia, com Moisés no papel de
representante terreno da realeza do Senhor sobre Israel. Então, depois que a
rebelde geração do êxodo pereceu no deserto e a morte do próprio Moisés era
iminente, foi necessário renovar a aliança com a segunda geração. O ato
central, decisivo da cerimônia foi a consagração do povo-servo por meio de um
juramento ao seu divino Senhor. Particularmente, o reino de Deus simbolicamente
representado na dinastia terrena e mediadora, tinha de ser confirmado levando
Israel a declarar que obedeceria a Josué na qualidade de sucessor de Moisés
nesta dinastia. Parte do procedimento padrão seguido no Oriente Próximo da
antiguidade, quando os grandes reis faziam alianças com os povos vassalos, era
a preparação de um texto da cerimônia, incluindo o tratado e a testemunha. O
livro de Deuteronômio é o documento preparado por Moisés na qualidade de
testemunha na aliança dinástica que o Senhor fez com Israel nas planícies de
Moabe.
Em
suma, a origem de Deuteronômio é de significado crucial nos estudos que a alta
crítica moderna faz do Pentateuco e, também, nos estudos da literatura e
teologia do Velho Testamento em geral. De acordo com a antiga Hipótese
Evolucionária, o Deuteronômio originou-se no Sétimo Século A.C. e foi a base da
reforma de Josias.
4.
Os Métodos da Crítica
Em
linhas gerais, o uso de métodos críticos para estudar o AT começou com a obra
de Jean Astruc, médico do rei francês Luís XV. Em 1753, Astruc desenvolveu um
método que, segundo sua opinião, conseguia separar com sucesso todas as
diferentes fontes por trás de Gênesis. Ele usou sua descoberta para defender a
autoria mosaica do livro.
Nos
anos posteriores, porém, os resultados da aplicação dos métodos críticos muitas
vezes foram usados como prova contra uma visão ortodoxa das Escrituras. Assim,
na mente de muitos, crítica significa julgamento condenatório. Algumas pessoas
muitas vezes recuam ante o uso de métodos críticos alegando que é impróprio ou
mesmo blasfematório colocar-se como juiz sobre as Escrituras. Entretanto, o
significado real do adjetivo crítico não é condenatório, mas analítico. Os
vários ramos do método crítico, embora usados às vezes de maneira negativa ou
destrutiva, podem proporcionar novos discernimentos da mensagem de Deus para
nós hoje. Examinaremos os quatro principais métodos críticos na ordem em que
começaram a ser usados.
4.1. A Crítica da Fonte
A
crítica da fonte se originou e se desenvolveu tendo como centro de atenção o
Pentateuco, os primeiros cinco livros do AT. Estudiosos desenvolveram critérios
pelos quais as fontes originais do Pentateuco poderiam ser separadas umas das
outras. Julius Wellhausen, estudioso alemão, que publicou sua principal obra na
década de 1880, representa esse tipo de crítica da fonte. Wellhausen achava que
podia distinguir quatro fontes a que chamou fontes Javista (J), Eloísta (E),
Deuteronomista (D) e Sacerdotal (P). Argumentou que essas fontes foram
produzidas por escolas de pensamento diferentes, às vezes conflitantes, em
diferentes épocas. De acordo com esse esquema, os livros do Pentateuco só foram
completados bem mais tarde na história do AT, centenas de anos depois de
Moisés.
4.2. A Crítica da Forma
O
interesse em tipos de literatura (gênero) foi reavivado no começo do século XX,
principalmente por meio da obra do estudioso alemão Hermann Gunkel. Ele sentia
que a crítica da fonte era inútil e suplementou-a com o estudo da forma (categoria
literária) do texto. Aplicou seu método principalmente a Salmos e Gênesis.
Outros, em especial Hugo Gressmann, aluno de Gunkel, e Sigmund Mowinckel,
estudioso escandinavo, levaram as idéias dele ainda mais longe. Explicando de
modo simples, a abordagem de Gunkel tinha como centro a identificação do tipo de
texto que ele estava estudando. Em Salmos, por exemplo, os dois tipos
principais eram hinos e elegias. Estas expressavam um clima triste, muitas
vezes de arrependimento, e caracterizavam-se por linguagem usada em luto (“ai”,
“ah!”). Gunkel tinha convicção de que, como um detetive, poderia trabalhar
retrospectivamente a partir de um texto escrito e, passando por incontáveis
versões, chegar ao material oral de origem. Achava também que cada tipo de literatura
foi determinado por novos relatos feitos num contexto ou situação particular na
vida da comunidade.
Assim,
a crítica da forma rendeu grandes benefícios para os estudos do Pentateuco.
Desta forma, o livro de Deuteronômio é padronizado segundo os textos clássicos
hititas de tratado entre soberano e vassalo.
4.3. A Crítica da Redação
A
crítica da forma tendia a fragmentar um texto por examinar passagens isoladas.
A crítica da redação corrige os perigosos efeitos colaterais de uma análise
segundo o método da crítica da forma.
A
crítica da redação focaliza o que é distintivo de uma obra específica de
literatura (Gênesis, Deuteronômio). Pergunta que interesses teológicos
motivaram o redator (editor) bíblico a juntar dados tradicionais isolados.
A
crítica da redação, no entanto, torna-se muito mais especulativa quando
aplicada a livros sem paralelos.
4.4. A Abordagem Literária
Quanto
aos Tipo de Literatura, é mais fácil compreender o AT quando sabemos que gênero
literário estamos lendo em determinada passagem. Em nosso caso, estamos
estudando o livro de Deuteronômio, sendo mais específico, o capítulo 8 deste
livro.
Assim,
para entendermos melhor, apontaremos o tipo de literatura empregada neste
livro, o chamado: Leis — Há várias coleções de leis. As mais importantes são o
Decálogo ou Dez Mandamentos (Êx 20:1-17; Dt 5:6-21), o Livro da Aliança (Êx
20:22—23:33), o código de santidade (Lv 17—26) e o livro de Deuteronômio,
moldado em forma de sermões.
5.
Síntese de Deuteronômio
Deuteronômio,
em linhas gerais, é o registro da renovação da aliança feita no monte Sinai.
Este pacto é renovado, estendido, ampliado e ratificado nas planícies de Moabe.
Moisés faz isso basicamente a partir de três sermões partindo de um olhar
retrospectivo do que Deus havia feito a Israel, passando para uma introspecção
e, finalmente, para uma visão futura do modo de Deus tratar com Israel.
Há,
neste livro, o que chamamos de Fundamentos da Lei reafirmados (que vão do 5 ao 11).
Além
disso, encontramos o que podemos chamar de segundo sermão de Moisés
(4:44–26:19).
Uma seção moral e legal para instruir que o
futuro de Israel como nação em Canaã dependerá da correta relação com Deus.
Esses
capítulos reveem três aspectos da Lei, mas ficaremos apenas na primeira, pois o
alvo deste estudo é o capítulo 8:
1)
Os testemunhos (5–11), em que são
abordadas as responsabilidades morais – reafirmação e expansão dos Dez
Mandamentos, com exortação à lembrança da graciosa libertação promovida por
Deus. O quão o capítulo 8, que estudaremos mais a fundo, a frente, se enquadra.
5.1. O que passava em Deuteronômio 8
Deserto
de Sim. Aqui receberam o Maná (cf. Dt 8:2-6). Nenhuma explicação humana resolve
o problema da vinda do maná durante 40 anos, até que chegaram à terra e comeram
o seu fruto. Enfim, encontramos a chamada lei do maná. 8:1-20.
5.2. O Grande Mandamento. 5:1 – 11:32
O
primeiro e grande mandamento da aliança, a exigência de perfeita consagração ao
Senhor, está enunciado nos capítulos 5-7, e reforçado por reivindicações e
sanções divinas nos capítulos 8-11.
O
que encontramos neste cap. 8, são as advertências contra a tentação da
autonomia, quer na forma do espírito de autossuficiência.
5.3. Análise de Deuteronômio 8
A Lei do Maná (8:1-20)
O ponto focal deste capítulo é o versículo 17,
com o seu quadro de um Israel futuro repousando em Canaã, e congratulando-se
consigo mesmo.
A
lembrança da orientação providencial de Deus durante os quarenta anos no
deserto forneceria o corretivo para tal vaidade. 1-6.
O
versículo 1 é outro resumo introdutório das intimações e sanções da aliança.
2. No que se referia à geração
sobrevivente, a peregrinação do deserto fora planejada como um período de exame
para te provar – (v. 2b; cons. 13:3) e de instrução
necessária. Fora uma disciplina paternal e contribuíra para suas bênçãos
definitivas.
3.
E te sustentou com o maná. O
significado da humilhação de Israel, por Deus, é ilustrado pela referência à
Sua extraordinária provisão de cada necessidade durante os quarenta anos,
particularmente enviando o maná.
A
humilhação consistiu da privação e então da provisão do "o que é
isto?", o desconhecido, o sobrenatural pão do céu, que compeliu o povo a
reconhecer sua dependência de Deus.
A
moderna exegese naturalista identifica o maná bíblico com excreções de
cochonilhas semelhantes ao mel encontradas em moitas de tamargueiras na região
do Sinai. Seja qual for o papel explícito que foi ou não foi representado por
essas excreções, o pão do céu era, nada mais nada menos que um produto
claramente miraculoso em sua natureza e maneira de provisão. Mais ainda, uma
simples mudança de um gênero de Deuteronômio (Comentário Bíblico Moody)
alimento normal e apetitoso para outro, por mais exótico que fosse, jamais
teria humilhado Israel nem lhe teria ensinado a verdade que o maná ensinou: não
só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso
viverá o homem. Deus conduziu Israel a uma situação na qual a vida derivava e
tinha de ser diariamente buscada no pão celestial, o fruto de um exercício
criativo diário da palavra de Deus. Este era um lembrete eficiente de que a
criatura não existe como um ser autossuficiente, sustentada pelos frutos de uma
terra que também não existe e produz independentemente de Deus. Ele depende
sempre e basicamente da palavra divina que deu vida a ele e ao seu mundo. Além
disso, Deus propôs a ensinar a Israel que a vida do homem, diferentemente da
vida animal, não consiste em apenas uma vitalidade física que o pão, quer
terreno ou celestial, possa sustentar. Por isso ele providenciou o pão do céu
de tal maneira que fosse necessária uma resposta ético-religiosa diante de Sua
palavra preceptiva. Esta resposta foi apropriadamente focalizada sobre a guarda
do sábado, o sinal da fidelidade do homem à aliança como também o lembrete do
papel de Deus como Criador. Assim, o maná ensinou Israel que só quando o homem
permanece obediente sob a palavra soberana do Senhor, a fonte máxima da vida, é
que ele encontra vida verdadeira e duradoura.
7a. Boa terra.
A lembrança da lição do deserto foi necessária a esta altura, pois Deus estava
conduzindo Israel para dentro de uma terra onde os produtos normais da natureza
proporcionariam um padrão de vida comparavelmente exuberante.
9b. Cujas pedras são ferro.
No substrato de arenito da Palestina existem veios de cobre e ferro, e
descobriram-se antigas minas onde esse arenito emerge à superfície no Arabá.
11. Guarda-te não te esqueças.
Embora todos esses produtos naturais deviam ser gratamente aceitos como
presentes de Deus, exatamente como o maná sobrenatural, a fartura e
tranquilidade embotaria a percepção que Israel tinha de Deus. Deuteronômio
(Comentário Bíblico Moody) e eleve o teu coração. O orgulho suprimiria as
lembranças de dias mais humildes de escravidão, escorpiões e sede; dias quando
o livramento e a sobrevivência exigiram a intervenção divina através de meios
desconhecidos até então.
Eles
deviam se precaver de negar assim o Senhor por causa da auto bajulação. A mesma
verdade que tivera de ser aprendida antigamente quando os estômagos estavam
vazios, seria relevante no futuro quando os estômagos estariam cheios: a fonte
da vida do homem é a palavra de Deus – é ele o que te dá força. A beatitude de
Israel devia-se somente à fidelidade divina ao seu juramento convencional. Ao
mesmo tempo o Senhor interviria na vida daqueles que violassem a aliança com as
maldições que eles invocassem.
20. Assim perecereis.
Repudiar a eleição de ser propriedade peculiar do Senhor e identificar-se com
os canaanitas anatematizados em sua iniquidade idólatra, resultaria na
identificação de Israel com os pagãos e o seu destino.
6.
Aplicação teológica para a vida prática da comunidade da fé
É
muito rica esta passagem de Deuteronômio para nós, e para a comunidade de fé.
Traz-nos a ideia de dependência de Deus, de fé, e de saber esperar por Sua
grande provisão.
Podemos,
desta forma, citar como texto correlato o Evangelho de Mateus 4:4, onde Jesus
cita o versículo de Deuteronômio 8:3b, reafirmando uma verdade acerca da
dependência divina.
Desta
forma, Jesus foi muito enfático quanto a temática da confiança plena em Deus
Pai, isso podemos conferir no Sermão do Monte (Mt 5), relembrando o Antigo
Pacto e, trazendo-lhes o Novo Pacto, onde Ele, o Cristo, não viera abolir a
mesma, mas, sim, cumpri-la de forma integral.
Assim
como o povo passara pelo deserto 40 longos anos, isto por não terem dado ouvido
à mensagem divina, muita das vezes nós também passamos por momentos similares,
em época diferente.
Nós,
seres humanos, tendemos a crer no visível, no palpável, não no sobrenatural, e
racional. Da mesma forma, estavam também o povo hebreu, vivendo apenas do que
podiam ver e tocar; não aguardando a provisão divina, não confiando que Deus
daria o Maná, o qual sempre vinha, não tendo fé o bastante, isto mesmo andando
tanto tempo com milagres diários, tais como suas roupas não envelhecerem, o mar
se abrir, coluna de fogo à noite, nuvem durante o dia, etc.
Enfim,
isto só nos prova o quanto o homem pode ser infiel e incrédulo, porém Deus
continua fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.
Em
suma, mediante longa experiência, Israel aprendeu que o Senhor honra a
obediência e castiga a transgressão. Agora, em um novo sentido, Israel age por
sua própria conta, sob a direção do Senhor e em sua própria casa. Assim, esta
lei, se obedecida, infundirá vida e fará que os israelitas sejam povo destacado
entre todas as nações. Receberão bênçãos, e as nações reconhecerão que seu Deus
é Senhor. Porém, se Israel imitar a conduta das nações vizinhas, esquecendo-se
de seu Deus, então sobrevirá a aflição, e finalmente será espalhada entre os
povos.
Assim,
podemos citar outros textos bíblicos que nos dá a entender a ideia de
dependência e descanso em Deus, além de fé e obediência; texto como o proferido
por Jesus, no sermão do monte, a saber (Mt 6.25):
“Por isso vos digo: não andais
cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de
beber; nem quanto haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o
corpo, mais do que a vestimenta?”.
Nesta
passagem, Jesus não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para
suprir suas futuras necessidades materiais. O que Ele realmente reprova aqui é
a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no
cuidado e no amor paternal de Deus.
Devemos,
acima de tudo, confiar no Senhor, quem confia não se preocupa com nada. Assim,
depositando em Deus nossos cuidados e ansiedades. Nosso Pai Celeste tudo sabe.
“Lançando sobre Ele toda a vossa
ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”.
(I Pedro 5.7)
Confia
em Deus, descansa nelE. A bíblia não é mentirosa, antes é inerrante; nem o
Senhor se esquece de realizar o que prometeu.
O
cuidado que Deus tem conosco e com nossos problemas é tão grande que, nós, por
sermos distraídos, não notamos muitas das vezes. Isso é verdade e é enfatizada
pela Sua Palavra. Todos os nossos temores, cuidados e preocupações devem ser
lançados sobre o Senhor.
Que
possamos no dia de hoje proclamar com fé e determinação o que o Salmista Davi
disse:
“Entrega o teu caminho ao Senhor;
confia nele, e ele tudo fará”.
(Salmos 37.5)
Ou
confiamos em Deus, ou não confiamos. Se realmente confiamos, então, devemos
tudo entregar-lhe – tudo aquilo que nos perturba, que nos aflige e que tira
nossa paz. Uma vez que entregamos na mão de Deus, não devemos nos perturbar ou
nos afligir; se, acaso, isso ocorrer – que é normal, pois somos imperfeitos e
pecadores – devemos pedir ao Pai, que é perfeito e cheio de amor, para nos
ajudar.
Uma
coisa que não devemos fazer é hora colocar não mão de Deus, hora tirar; isso
impossibilita o trabalhar de Deus, não que o Senhor não possa fazer, mas porque
nós nos afastamos de debaixo de sua potente mão. Com essa atitude demonstramos
falta de confiança. Deus quer um coração puro e sincero para com Ele, além de
determinação de nossa parte.
Quem
realmente confia em Deus diz assim como está escrito em um dos salmos de Davi:
“O Senhor é a minha luz e a minha
salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me
recearei?”
(Salmos 27.01)
O
livro de Salmos é repleto de mensagens que relata a fidelidade de Deus para com
seu filho e, também, a confiança deste por Deus.
O
salmo 40 é prova de confiança, fidelidade e esperança.
Deus
ouve a alma paciente. Devemos confiar e obedecer ao Senhor, pois obedecer é melhor
que sacrificar.
“Esperei com paciência no Senhor, e
Ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”.
(Salmos 40.1)
Ao
confiarmos em Deus damos-lhe livre acesso em nossa vida, tendo o Senhor
liberdade de trabalhar em nosso favor.
Só
quem pode impedir o trabalhar de Deus, em nós, somos nós mesmos. Isto ocorre
porque o Senhor é educado e não entra, nem trabalha, na vida de ninguém sem
antes, o mesmo, permitir e desejar.
“Lança o teu cuidado sobre o Senhor e
ele te sustentará; nunca permitirá que o justo seja abalado”.
(Salmos 55.22)
Quando,
sob provações, que de tão pesados não podemos suportar, Deus nos convida a
lançar sobre Ele nossos fardos e cuidados. Ele, então, conduz o peso juntamente
conosco e nos sustém em todas as situações.
Jesus
fez este mesmo convite em:
“Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, encontrareis descanso para
a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.
(Mateus 11.28-30)
Que
convite tão generoso é este o de Jesus. Quem vai a Ele, e se torna seu servo,
fazendo sua vontade, o amado Mestre o alivia de suas insuportáveis aflições,
dando-lhe descanso, paz e seu Espírito Santo como guia.
Somente
deste modo podemos suportar as provações e inquietações desta vida, com auxílio
da graça de Deus.
“Cheguemos, pois, com confiança ao
trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de
sermos ajudados em tempo oportuno”.
(Hebreus 4.16)
Podemos
chegar com confiança ao trono da graça celestial, sabendo que nossos pedidos e
orações são ouvidos por Deus, porque Cristo se compadece das nossas fraquezas.
O
significado “trono da graça” é: Lugar onde flui o amor, o socorro, o perdão, a
misericórdia, o poder divino, o batismo com o Espírito Santo, os dons
Espirituais, o fruto do Espírito Santo e tudo o que precisamos em todas as
circunstâncias.
Uma
das maiores bênçãos da Salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo sacerdote,
conduzindo-nos até a sua presença pessoal, de modo que sempre podermos buscar a
ajuda de que carecemos.
Pedro
afirma, como já citamos em I Pedro 5.7, que devemos nos humilhar diante de
Deus, lançando toda e qualquer tipo de ansiedade, de medo, de desconfiança, pois
sabemos que Ele cuida de tudo. O apóstolo Paulo exortou-nos a levar todas as
nossas ansiedades a Deus em oração, com a promessa de que, assim, a paz de Deus
guardará nossa mente e coração.
“E a paz de Deus, que excede
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus”.
(Filipenses 4.7)
Ao
invocarmos a Deus, com o coração posto em Jesus e na sua palavra, a paz de Deus
transborda em nossa aflita alma. Esta paz é além do que nossa limitada mente
humana pode imaginar. A mesma consiste em trazer refrigério e tranquilidade ao
nosso interior; nisso consiste o Espírito Santo que venha transmitir em nós
essa paz.
Quando
colocamos diante de Deus, em oração, as nossas iniquidades, problemas,
inquietações, essa mesma paz ficará como guarda à nossa porta – coração – e de
nossa mente, para impedir que as angústias nos perturbem a vida e tire a
esperança em Cristo.
Se,
por algum motivo, o medo, ansiedade, angústia voltarem, novamente as orações,
súplicas e ações de graça nos trarão a paz de Deus que guarda os nossos
corações. Assim voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor.
Confiai
em Deus, pois é somente desta forma que encontraremos a paz que tanto
necessitamos, e o alívio para nossa alma; só assim o Senhor trabalhará em nosso
favor.
Confiar
em Deus é depositar nele nossas aflições.
Textos
Bíblicos para Meditação:
Mateus
6.25-30; 11.28-30
Lucas
12.22-31
Que
venhamos a ser pacientes e esperarmos que a boa obra de Deus se cumpra em
nossas vidas, certos de que aquele que começou a boa obra não descansará até
que a tenha terminado.
Continuamos
nossa luta, porque Deus é conosco. Que possamos vir a romper em fé; e se o mar
não se abrir, com certeza, passaremos por cima das águas.
O
Senhor é tão maravilhoso e bondoso para conosco que jamais nos dará uma prova a
qual nós não aguentaríamos. Se a prova está difícil, saiba que você não está
sozinho; Deus está com você, ajudando-lhe, amparando-lhe e carregando, junto
contigo, seu fardo. Veja com os olhos da fé o Senhor ao seu lado.
Saiba
que Deus não chama os capacitados, mas capacita os chamados. Você é chamado do
Senhor; tome, então, sua posição de valente de Deus; passe por cima das águas!
Você pode; o Senhor lhe faz capaz!
Somos
importantes para Deus para o Senhor, se assim não fosse o Senhor não teria dado
seu único filho para morrer por nós.
No
final, perceberemos que a luta, após findada, nos tornaremos mais fortes e
saborearemos a vitória cantando louvores àquele que é fiel.
Que
não venhamos andar ansiosos, pois a ansiedade se torna um bloqueio entre o
milagre de Deus e nós.
Que
possamos vir descansar, assim como o próprio Jesus descansou em meio a
tempestade. Os discípulos com medo gritavam por socorro, mas o Mestre
descansava. Ele descansava, pois sabia que Deus estava com Ele naquele barco.
Que este acontecimento venha ser um ensinamento para nós. Devemos nos portar
como Jesus se portou, sendo confiante a todo instante. (Lc 8.22-25; Mt 8.23-27;
Mc 4.35-41). Neste texto bíblico, Jesus repreendeu aos discípulos:
“... porque temeis, homens de pequena
fé?”.
Que
venhamos ter muita fé – a fé que remove montanhas, a própria fé de Deus.
Se
Deus habita em nosso ser deve, também, em nós habitar a Sua bendita fé. Somos a
imagem de Deus; que essa verdade arda continuamente em nossos corações e mente,
para sempre.
A
fé que nos faz vencedor.
A
fé que quebra as cadeias.
A
fé que liberta os cativos.
A
fé que cura os enfermos.
A
fé que salva o pecador.
A
fé de saber que, mesmo não tendo visto Jesus morto na cruz, Ele assim se deu por
nós – nisto, acreditamos.
Esta
mesma fé nos dá a certeza que Jesus voltará para nos buscar.
Não
deixe o inimigo de nossas almas roubar a fé que em nós há.
“Entrega
o teu caminho ao Senhor...”
“Espera
com paciência no Senhor...”
Lança
“... o teu cuidado no Senhor...”
Porque
o Senhor é a luz e a força de nossa vida, e de nada e de ninguém devemos temer.
E
se nos falta a fé, o que devemos fazer?
A
palavra do Senhor diz que tudo que pedimos, crendo, receberemos. Mas, como
pedir se, às vezes, falta-nos a fé necessária para alcançarmos a benção?
“Disseram então os apóstolos ao
Senhor: Acrescenta-nos fé”.
(Lucas 17.5)
Essa
é a chave da vitória! Devemos fazer conforme fizeram os apóstolos ao Senhor:
“Acrescenta-nos fé”. Peça a Ele que aumente sua pequena fé.
Deus
tem uma maneira para suprir a sua necessidade e resolver o seu problema. Esta
maneira está fundamentada em sua fé que se torna semente. Quando você planta
uma semente, Deus muda a natureza dessa semente, de modo que se torna uma
planta, e o poder da vida surge naquela frágil planta jovem de tal maneira que
nem um monte de terra pode impedi-la de crescer.
“... se tiveres fé como um grão de
mostarda, direis a este monte: Passa para acolá – e há de passar; e nada vos
será impossível”.
(Mateus 17.20b).
A
fé mesmo que pequena ou fraca para nós, ainda pode realizar o humanamente
impossível. Este monte era uma figura para obstáculos, impedimentos ou
problemas humanamente insuportáveis - nenhum dos quais era impossível para Deus
lidar através de pessoas comprometidas que compreendiam exatamente a autoridade
e conheciam o poder, vontade e provisão delE.
Jesus
diz que nossa fé em Deus é como uma semente. Quando colocamos nossa fé em ação,
ou seja, quando deixamos nas mãos de Deus, ela assume uma natureza totalmente
nova. Assume a natureza de um milagre em desenvolvimento.
O
que é um monte em sua vida? A solidão, a perda de um emprego, uma doença...?
Crie coragem! Jesus mostra o caminho para remover esse monte.
Primeiramente,
Deus diz que temos uma medida de fé.
“Porque pela graça que me é dada,
digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes,
pense com moderação a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.
(Romanos 12.3)
Essa
fé está dentro de você.
Em
segundo lugar, Deus diz que sua fé surge ao se “ouvir... a palavra de Deus” (Rm
19.17). Por último, Deus diz que se pode aplicar a fé para atender suas
necessidades diárias. Como? Faça algo como ato da sua fé. Semeie a pequenez da
semente de mostarda de sua fé em um ato de amor (Mt 17.20).
Depois
quando sua fé tiver sido plantada e estiver crescendo, fale com seu monte e
observe Deus começar a cuidar da sua remoção.
Lembre-se
que os milagres vêm pela fé no poder presente de Deus, e não por um ritual ou
fórmula do esforço humano.
Assim,
veremos a fé como uma gravidez. Desta forma, quando a mulher espera por um
bebê. Ela fica imaginando como o mesmo será. Trazendo, em sua mente, a forma de
um bebê que ainda ela não viu, que ainda não nasceu; mas mesmo assim, a mãe
fica imaginando, sonhando com ele.
A
fé também pode ser relacionada a uma gravidez, onde a mãe espera pacientemente
o dia do parto. Desta forma, também, devemos nós ficarmos – pacientemente
esperando o dia da vitória. Grávidos da benção que vai nascer. Felizes, pois
sabemos que vai chegar o dia; sem dúvidas! Sonhando e imaginando a benção em
nossas mãos.
7.
Tradução e Breve Análise de Deuteronômio 8:1-6
אֲשֶׁר
ASHER
(conj. - que)
|
הַמִּצְוָה
HAMITSËVÅH
(verbo)
|
כָּל
KÅL
(todo)
|
|
תִּשְׁמְרוּן
TISHËMËRUN
(verbo)
|
הַיּוֹם
HAYOM
(adv. f./pl.
hoje)
|
מְצַוְּךָ
MËTSAVËKHA
(mandamento/lei
Junção de:
מ + צו + ך
Palavra com sufixo pronominal. 2ª
p. m./ ou f. sing.)
|
אָנֹכִי
ÅNOKHY
(pron. – eu)
|
וּרְבִיתֶם
URËVYTEM
(verbo)
|
תִּחְיוּן
TICHËYUN
(verbo)
|
לְמַעַן
LËMA‘AN
(conj. – para)
|
לַעֲשׂוֹת
LA‘ASOT
(verbo)
|
הָאָרֶץ
HÅ’ÅRETS
(a terra)
|
אֶת
’ET
(e)
|
וִירִשְׁתֶּם
VYRISHËTEM
(verbo)
|
וּבָאתֶם
UVÅ’TEM
(verbo)
|
לַאֲבֹתֵיכֶם
LA’AVOTEYKHEM
(verbo)
|
יְהוָה
ADONAI |
נִשְׁבַּע
NISHËBA
(verbo)
|
אֲשֶׁר
’ASHER
(conj. - que)
|
1. Todo o
mandamento (lei) que hoje vos ordeno guardareis para o fazer: para que vivais,
e vos multipliqueis, e entreis, e herdais a terra que o Eterno jurou a vossos
pais fartar-se.
Análise
dos termos grifados:
* הַמִּצְוָה: Junção de ה + מצוה
Este é o verbo צוה conjugado no Presente, masculino
ou feminino singular, que no infinitivo significa “ordenar”.
*
תִּשְׁמְרוּן: Junção de תשמרו + ן
Este é o verbo שמר conjugado no Futuro. 2ª
Pessoa masculino plural
Está acompanhado
do sufixo pronominal ן, que significa no infinitivo “guardar”.
* לַעֲשׂוֹת: Junção de Junção de: ל + עשות
Este é o verbo עש conjugado no Presente.
Feminino plural, que no infinitivo significa “fazer”.
* תִּחְיוּן: Junção de תחיו + ן
Este é o
verbo חיה conjugado
no Futuro, 2ª Pessoa masculino plural
Está acompanhado do sufixo pronominal ן, que no infinitivo significa “viver”.
Está acompanhado do sufixo pronominal ן, que no infinitivo significa “viver”.
* וּרְבִיתֶם: Junção de ו + רבית + ם
Este é o
verbo רבה conjugado
no Passado. 2ª Pessoa masculino ou feminino singular.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “multiplicar”.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “multiplicar”.
* וּבָאתֶם: Junção de ו + באת + ם
Este é o
verbo בא conjugado
no Passado. 2ª Pessoa masculino ou feminino.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “entrar”.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “entrar”.
* וִירִשְׁתֶּם: Junção de ו + ירשת +
ם
Este é o
verbo ירש conjugado
no Passado. 2ª Pessoa masculino ou feminino singular.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “herdar”.
Está acompanhado do sufixo pronominal ם, que no infinitivo significa “herdar”.
* נִשְׁבַּע: Este é o verbo שבע conjugado
no Futuro. 1ª Pessoa masculino ou feminino plural, que no infinitivo significa
“fartar-se”
* לַאֲבֹתֵיכֶם: Junção de ל + אבתי + כם
Este é o
verbo אבן conjugado
no Passado. 1ª Pessoa masculino ou feminino singular.
Está acompanhado do sufixo pronominal כם, que no infinitivo significa “jurar”.
Está acompanhado do sufixo pronominal כם, que no infinitivo significa “jurar”.
כָּל
KÅL
(todo)
|
אֶת
’ET
(e)
|
וְזָכַרְתָּ
VËZÅKHARËTÅ
(verbo)
|
|
יְהוָה
ADONAI |
הֹלִיכֲךָ
HOLYKHAKHA
(costume/passo)
|
אֲשֶׁר
’ASHER
(conj. - que)
|
הַדֶּרֶךְ
HADEREKH
(o caminho)
|
שָׁנָה
SHÅNÅH
(anos)
|
אַרְבָּעִים
’ARËBÅYM
(numeral cardinal - 40)
|
זֶה
ZEH
(pron. – este(s), isto, isso)
|
אֱלֹהֶיךָ
’ELOHEYKHA
(ser supremo)
|
לְנַסֹּתְךָ
LËNASOTËKHA
(verbo)
|
עַנֹּתְךָ
ANOTËKHA
(verbo)
|
לְמַעַן
LËMA‘NA
(conj. - para, para que, afim de,
por causa de, por conta de)
|
בַּמִּדְבָּר
BAMIDËBÅR
(verbo)
|
בִּלְבָבְךָ
BILËVÅVËKHA
(no seu coração)
|
אֲשֶׁר
’ASHER
(conj. – do que)
|
אֶת
’ET
(e)
|
לָדַעַת
LÅ‘DAAT
(compreensão)
|
אִם
‘IM
(conj. - se)
|
(מִצְוֹתָיו)
(MITSËOTÅYV) |
מִצְוֹתוֹ
MITSËOTO
(mandamentos)
|
הֲתִשְׁמֹר
HATISHËMOR
(verbo)
|
לֹא
LO’
(não)
|
2. E te lembrarás
de todo o caminho pelo qual o supremo Eterno te falou no deserto estes quarenta
anos, para te humilhar, e te tentar, para compreensão do que estava no teu
coração, se guardarias os mandamentos, ou não.
Análise
dos termos grifados:
* וְזָכַרְתָּ: Junção de ו + זכרת
Este é o verbo זכר conjugado no Passado. 2ª
Pessoa masculino ou feminino singular, que no infinitivo significa “lembrar”.
* בַּמִּדְבָּר: Junção de ב + מדבר
Este é o verbo דבר conjugado no
Presente. Masculino singular, que no infinitivo significa “falar”.
* עַנֹּתְךָ: Junção de ענת + ך
Este é o verbo ענן conjugado no Passado. 2ª
Pessoa masculino ou feminino singular.
Está acompanhado
do sufixo pronominal ך, que no infinitivo significa “humilhar”.
* לְנַסֹּתְךָ: verbo tentar.
* הֲתִשְׁמֹר: Junção de ה + תשמר
Este é o verbo שמר conjugado no Futuro. 2ª
Pessoa masculino singular ou 3ª pessoa feminino singular
וַיַּאֲכִלְךָ
VAYAAKHILËKHA
(verbo)
|
וַיַּרְעִבֶךָ
VAYARËIVEKHA
(verbo)
|
וַיְעַנְּךָ
VAYËANËKHA
(verbo)
|
|
לֹא
LO’
(não)
|
אֲשֶׁר
’ASHER
(conj. - que)
|
הַמָּן
HAMÅN
(o maná)
|
אֶת
’ET
(e)
|
אֲבֹתֶיךָ
’AVOTEYKHA
(verbo)
|
יָדְעוּן
YÅDËUN
(verbo)
|
וְלֹא
VËL’O
(Junção de:
ו + לא
definitivamente
não, de maneira nenhuma)
|
יָדַעְתָּ
YÅDA’ËTÅ
(conhecer)
|
לֹא
LO’
(não)
|
כִּי
KIY
(conj. - porque, pois, que, se,
apesar de que, ainda que, quando)
|
הוֹדִעֲךָ
HODIAKHA
(verbo)
|
לְמַעַן
LËMA‘NA
(conj. - para, para que, afim de, por causa
de, por conta de)
|
יִחְיֶה
YCHËYEH |
לְבַדּוֹ
LËVADO |
הַלֶּחֶם
HALECHEM |
עַל
‘AL
(prep. - sobre, em cima de; acerca
de; perto de; por causa de; contra; a favor de; diante de; concernente a)
|
כָּל
KÅL
(todo)
|
עַל
‘AL
(prep. - sobre, em cima de; acerca
de; perto de; por causa de; contra; a favor de; diante de; concernente a)
|
כִּי
KIY
(conj. - porque, pois, que, se,
apesar de que, ainda que, quando)
|
הָאָדָם
HÅ’ÅDÅM
(o homem)
|
יִחְיֶה
YCHËYEH
(verbo)
|
יְהוָה
ADONAI |
פִי
FIY
(boca do)
|
מוֹצָא
MOTSÅ’
(verbo)
|
הָאָדָם
HÅ’ÅDÅM
(o homem)
|
3. Humilhou-te, e
te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus
pais o conheceram: para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas
que de tudo o que sai da boca do Eterno viverá o homem.
Análise
dos termos grifados:
* וַיְעַנְּךָ: Junção de ו + יענ
+ ך
Este é o verbo ענה conjugado no Futuro. 3ª
Pessoa masculino plural
Está acompanhado
do sufixo pronominal ך, que no infinitivo significa “humilhar”.
* וַיַּרְעִבֶךָ:
verbo
* וַיַּאֲכִלְךָ: Junção de ו + יאכל
+ ך
Este é o verbo אכל conjugado no Futuro. 3ª
Pessoa masculino singular.
Está acompanhado
do sufixo pronominal ך, que no infinitivo significa “comer, alimentar-se,
devorar; consumir; destruir”.
* יָדַעְתָּ: ידעת
Este é o verbo ידע conjugado no Passado. 2ª
Pessoa masculino ou feminino singular, que no infinitivo significa “conhecer”.
* יָדְעוּן: Junção de ידעו + ן
Este é o verbo ידע conjugado no Passado. 3ª
Pessoa masculino ou feminino plural.
Está acompanhado
do sufixo pronominal ן, que no infinitivo significa “saber, conhecer; prestar
atenção, preocupar; entender, perceber”.
* אֲבֹתֶיךָ: Junção de אבתי + ך
Este é o verbo אבן conjugado no Passado. 1ª
Pessoa masculino ou feminino singular.
Está acompanhado
do sufixo pronominal ך.
* הוֹדִעֲךָ: Junção de ה + ודע +
ך
Palavra com sufixo
pronominal. 2ª pessoa masculino ou feminino singular, que no infinitivo
significa “apresentar; informar”.
* מוֹצָא
Este é o verbo מצא conjugado no Presente. Masculino
singular, que no infinitivo significa “achar, encontrar; deduzir, concluir;
conseguir”.
* יִחְיֶה: Junção de יחי + ה
Este é o verbo חיה
conjugado no Futuro. 3ª Pessoa masculino plural
Está acompanhado
do sufixo pronominal ה, que no infinitivo significa “viver; existir”.
בָלְתָה
VÅLËTÅH
(verbo)
|
לֹא
LO’
(não)
|
שִׂמְלָתְךָ
SIMËLÅTËKHA
(junção de שמלה + תך
Palavra feminina com sufixo
pronominal. 2ª pessoa. Masculino ou feminino. Singular – vestido, veste)
|
|
בָצֵקָה
VÅTSEQÅH
(verbo)
|
לֹא
LO’
(não)
|
וְרַגְלְךָ
VËRAGËLËKHA
(junção de ו + רגל + ך
Palavra com sufixo pronominal. 2ª
pessoa masculino ou feminino singular – o teu pé)
|
מֵעָלֶיךָ
MEÅLEYKHA
(junção de מ + על + יך
Palavra masculina plural com sufixo
pronominal. 2ª pessoa. Masculino ou feminino. Singular – prep. sobre, em cima
de; acerca de; perto de; por causa de; contra; a favor de; diante de;
concernente a)
|
שָׁנָה:
SHÅNÅH
(anos)
|
אַרְבָּעִים
’ARËBÅYM
(numeral cardinal - 40)
|
זֶה
ZEH
(pron. – este(s), isto, isso)
|
4. Não se
envelheceu o teu vestido, nem se inchou o teu pé, estes quarenta anos.
Análise
dos termos grifados:
* בָלְתָה: Junção de ב + לתה
Este é o verbo תהה
conjugado no Infinitivo construto, que o seu infinitivo significa “envelhecer,
decair, definhar; decompor-se, deteriorar-se, desgastar-se; passar o tempo”.
* בָצֵקָה: Junção de ב + צקה
Este é o verbo צק conjugado no Presente.
Feminino singular. Também pode ser 3ª pessoa feminino passado, que no
infinitivo significa “crescer, fermentar; inchar, levedar”.
לְבָבֶךָ
LËVÅVEKHA
(junção de ל + בב + ך
Palavra com sufixo pronominal. 2ª
pessoa masculino ou feminino singular – no teu coração”)
|
עִם
‘IM
(conj. - se)
|
וְיָדַעְתָּ
VËYÅDAËTÅ
(verbo)
|
|
אִישׁ
’IYSH
(homem, pessoa; esposo; alguém)
|
יְיַסֵּר
YËYASER
(verbo)
|
כַּאֲשֶׁר
KA’ASHER
(conj. - quando; como, conforme; como se)
|
כִּי
KIY
(conj. - porque, pois, que, se,
apesar de que, ainda que, quando)
|
אֱלֹהֶיךָ
’ELOHEYKHA
(esse)
|
יְהוָה
ADONAI |
בְּנוֹ
BËNO
(a seu filho)
|
אֶת
’ET
(e)
|
מְיַסְּרֶךָּ
MËYASËREKA
(verbo)
|
5. Saibas se pois,
no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, esse Eterno te castiga.
Análise
dos termos grifados:
* וְיָדַעְתָּ: Junção de ו + ידעת
Este é o verbo ידע
conjugado no Passado. 2ª Pessoa masculino ou feminino singular, que o
infinitivo significa “saber, conhecer; prestar atenção, preocupar; entender,
perceber”.
* יְיַסֵּר: ייסר
Este é o verbo יסר
conjugado no Futuro. 3ª Pessoa masculino singular, que no infinitivo significa
“castigar, repreender; atormentar”.
* מְיַסְּרֶךָּ: Junção de מ + יסר + ך
Palavra com sufixo
pronominal. 2ª pessoa masculino ou feminino singular, que o infinitivo
significa “cartigar; repreender; atormentar”.
מִצְוֹת
MITSËOT
(verbo)
|
אֶת
’ET
(e)
|
וְשָׁמַרְתָּ
VËSHÅMARËTÅ
(verbo)
|
|
בִּדְרָכָיו
BIDËRÅKHÅYV
(seus caminhos)
|
לָלֶכֶת
LÅLEKHET
(verbo)
|
אֱלֹהֶיךָ
’ELOHEYKHA
(ser supremo)
|
יְהוָה
ADONAI |
אֹתוֹ
’OTO
(verbo)
|
וּלְיִרְאָה
ULËYRË’ÅH
(verbo)
|
6. E guarde os
mandamentos do supremo Eterno, para o temer, e andar nos seus caminhos.
Análise
dos termos grifados:
*
וְשָׁמַרְתָּ: Junção de ו + שמרת
Este
é o verbo שמר conjugado
no Passado. 2ª Pessoa masculino ou feminino singular, que o infinitivo
significa “guardar, vigiar, proteger; observar, cumprir; esperar”.
* מִצְוֹת: Junção de מ + צות
Este
é o verbo צת conjugado
no Presente. Masculino plural, que o infinitivo significa “aderir, juntar-se,
acompanhar, unir-se”.
* לָלֶכֶת: Junção
de ל + לכת
Que
o infinitivo significa “andar”.
* וּלְיִרְאָה: Junção de ו + ל + יראה
+ ה
Este é o verbo ראה
conjugado no Futuro. 3ª Pessoa masculino singular. Está acompanhado do sufixo
pronominal ה, que o infinitivo significa “temer; honrar, respeitar”.
* אֹתוֹ: Junção de את + ו
Este
é o verbo אות conjugado no Presente. Masculino singular. Também pode ser 3ª
pessoa masculino passado. Está acompanhado do sufixo pronominal ו, que o
infinitivo significa “enviar sinais (para longe) ”.
7.
Conclusão do Livro de Deuteronômio
Após
a leitura e realização deste trabalho exegético acerca do livro de
Deuteronômio, podemos entender que, primeiramente, o nome do livro de
Deuteronômio, ou “segunda lei”, sugere sua natureza e propósito.
Figura,
segundo consta em nossas Bíblias, como o último dos cinco livros de Moisés,
fazendo um resumo e pondo em relevo a mensagem que os quatro livros precedentes
contém.
Além
disso, quanto à ênfase na pessoa de Deus, percebemos sua fidelidade ao cumprir
suas promessas; já no plano para estabelecer seu reino, percebemos a
reorganização do reino para a vida em Canaã. Em linhas gerais, é o registro da
renovação da aliança feita no monte Sinai. Este pacto é renovado, estendido,
ampliado e ratificado nas planícies de Moabe.
Conclui-se,
com isso que, não significa se tratar de uma mera repetição do que ficou dito
anteriormente. Sem dúvida, Deuteronômio faz parte dos acontecimentos históricos
que se deram previamente, em particular no Êxodo e em Números. Contudo vai além
destes relatos visto que os interpreta e os adapta.
Através
deste livro, os acontecimentos estão repletos de significado. Moisés
proporciona-nos bastante história; mas em quase todos os casos relaciona os
acontecimentos com a lição espiritual que sublinham. Toma a legislação – lei
civil: regulava a vida cotidiana de Israel (Deuteronômio 24.10 e 11) – que Deus
dera a Israel havia quase 40 anos, e adapta-se às condições de vida da
coletividade na terra para a qual Israel se mudaria em breve.
Quando
este livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de Moabe, ao
leste do rio Jordão e do mar Morto. Numa oportunidade anterior, Israel havia
falhado, por falta de fé, ao não entrar na Palestina. Agora, 38 anos depois,
Moisés reúne o povo escolhido e procura infundir-lhe fé que capacitará a
avançar em obediência.
Diante
deles está a herança. Os perigos, visíveis e invisíveis, jazem além.
Acompanha-os Deus, a quem chegaram a conhecer melhor durante suas experiências
no Sinai, península deserta e escarpada. Moisés compreende, corretamente, que
os maiores perigos que os assediam estão na esfera da vida espiritual; sendo
assim, sua mensagem acentua o aspecto espiritual. O Senhor Deus deles, é o
único Senhor; foi ele quem os libertou da escravidão. Deu-lhes a lei. Selou uma
aliança com ele. O Senhor exige devoção e adoração exclusivas. Seus caminhos
são conhecidos do povo.
Mediante
longa experiência, Israel aprendeu que o Senhor honra a obediência e castiga a
transgressão. Agora, em um novo sentido, Israel age por sua própria conta, sob
a direção do Senhor e em sua própria casa.
O
livro abrange toda uma gama de perguntas que surgem desta nova fase da vida de
Israel. Sua atitude para com o Senhor é, naturalmente, o principal problema.
Moisés, com toda a diligência de que é capaz, convida Israel a confiar de todo
o coração no Senhor, e a fazer das leis divinas a força diretriz de suas vidas.
Esta
lei, se obedecida, infundirá vida e fará que os israelitas sejam povo destacado
entre todas as nações. Receberão bênçãos, e as nações reconhecerão que seu Deus
é Senhor. Porém, se Israel imitar a conduta das nações vizinhas, esquecendo-se
de seu Deus, então sobrevirá a aflição, e finalmente será espalhada entre os
povos.
Através
do livro todo, acentua-se a fé somada a obediência. Em um sentido verdadeiro,
esta é a chave do livro.
8.
Bibliografia
Bíblias, versões: NVI e ARA.
STRONG, James.
Dicionário Bíblico Strong. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade
Bíblica do Brasil. Barueri, SP. 2002
Comentário Bíblico
Moody. Volume 1
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