- De que modo a disciplina Antropologia e Contextualização é relevante para a sua formação, como ministro cristão, tendo em vista o seu contexto de serviço?
- Quais as principais dificuldades, no processo de comunicação e contextualização transcultural do Evangelho no seu contexto urbano?
A
priori, devemos entender
exatamente o que significa a palavra Antropologia, para que assim possamos
aplica-la em nossos trabalhos. Contudo, entendemos por Antropologia: A ciência
do homem — o estudo do homem. Enfim, segundo Barbara Helen Burns, Antropologia
é o estudo dos seres humanos na tentativa de entender como pensam e vivem.
Com isso, podemos afirmar que a disciplina
Antropologia e Contextualização é extremamente relevante para a nossa formação
teológica, sendo assim ministros cristãos, para o serviço do crescimento do
Reino de Deus aqui na terra, pelo fato de que tratamos com pessoas para que tal
“palavra” seja ministrada. E, portanto, se trabalhamos com pessoas, se, de tal
forma, pessoas são evangelizadas, devemos, assim, entendermos as pessoas em
questão – a cultura a qual está inserida, verdades por ela nutrida,
conhecimento de mundo, a cultura a qual está inserida, enfim, a cosmovisão de
cada indivíduo, de cada povo.
Concordo com Ronaldo Lindório – quando ele
aborda em seu texto Teologia bíblica da contextualização – que deve haver uma conciliação
entre a Teologia e a Missiologia, assim como a relevância da Antropologia
Missionária e, por fim deve haver critérios bíblicos para a contextualização
dos mesmos. Desta forma entendemos que, infelizmente, muitos daqueles que se
formam como teólogos não acham relevante o estudo da Missiologia, ou da Antropologia
Missionária, não havendo a contextualização destes elementos tão importantes
para todo o cristão que é a pregação das “boas novas”, ficando presos apenas às
teorias.
Claro que é necessário entendermos que haverá
inúmeras dificuldades quanto ao processo de comunicação e contextualização
transcultural do Evangelho no contexto urbano, pois sabemos que há as diferenças
culturais; portanto, devemos nos esvaziarmos de qualquer pré-conceito e
compreendermos, então, essas diferenças mencionadas.
Entendemos, também, que ao proclamarmos o
evangelho às pessoas, ou até mesmo às comunidades, que têm muitas diferenças
culturais em relação a nossa, certamente tal gerará grandes desafios. Devemos
ter ciência de que somos nós quem devemos respeitar as diferenças, a cosmovisão
de cada povo, não o contrário. Para tal, devemos nos preparar e conhecer a
língua, cultura, religião, pensamento, etc., de cada povo, pessoa, ou comunidade
ao qual será impactada com o evangelho.
Em suma, segundo Lindório, percebemos que a
transmissão de uma mensagem inteligível em sua própria língua e contexto,
portanto contextualizada, é pressuposto para o cumprimento da grande comissão,
já que a nós cabe não somente viver Jesus, mas também proclamá-lO de forma
compreensível. Assim, o evangelho é supra cultural e atemporal, devendo ser, de
tal maneira, viável e comunicável para todos os homens, em todas as culturas,
em todas as gerações; sendo, enfim, ele quem define o homem e não o contrário.
Com isso, entendemos que contextualizar o Evangelho não é reescrevê-lo ou
moldá-lo à luz da Antropologia, mas sim traduzi-lo linguística e culturalmente
para um cenário distinto, a fim de que todo homem compreenda o Cristo histórico
e bíblico; sendo, portanto, a finalidade maior da contextualização: Apresentar
Cristo.
Por conseguinte, devemos, entretanto,
entendermos que sem contextualização não há verdadeira comunicação, ou seja,
aqueles que assim entendem procuram estudar as diversas possíveis abordagens
nesta comunicação contextualizada. Por outro lado, encontramos a exposição de
seus perigos quando esta contextualização se divorcia de uma teologia bíblica
essencial que a norteie e avalie. Desta forma, o povo deve se moldar à bíblia,
não o contrário. Toda cultura, cosmovisão, tradições, devem estar debaixo da
vontade revelada nas escrituras, pois a bíblia é a primazia do cristão.
Levando em consideração a realidade vivida,
como professora, junto aos alunos os quais tenho contato diariamente é de
apresentar o evangelho de Cristo àqueles que “acham” que têm tudo, e que tudo
está bom do jeito que está e que o evangelho os deixarão presos, e eles desejam
ser livres. Assim, aponto que é totalmente o contrário, pois somos livres
apenas em Cristo, pois o pecado é que nos prendem a uma vida sem paz, falsas
amizades, alegrias, sonhos e esperanças. Desmistificando o conceito de “livre”
e apontando a liberdade genuína que está em Cristo, muitos têm entendido que
este evangelho da verdade é que realmente liberta e faz com que o homem seja
verdadeiramente feliz e completo. Para tal, devo entender a visão deles, para
só assim confrontar tal pensamento a luz da verdade bíblica, não moldando a
bíblia ao pensamento deles, mas, como já fora citado, desconstruindo um
pensamento errado e trazendo-lhes a verdade do evangelho, pois a bíblia é a
primazia.
Comentários
Postar um comentário