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Sabendo entender o silêncio de Deus e sua correção

Deus não nos desampara. Ele jamais se esquece de nós; nunca se arrepende e não promete algo que não venha cumprir.
Assim respondeu Jó ao Senhor:

“Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos podem ser impedidos”. Jó 42.2

Esta foi a última resposta de Jó a Deus – foi de absoluta humildade e submissão à sua revelação – confessou:

1º. Que Deus fez tudo bem;
2º. Que em tudo que Deus permite acontecer; Ele procede com sabedoria e propósito; e, portanto;
3º. Até o sofrimento dos justos tem sentido e propósito divino.

Muitas vezes, Deus se cala. Outras vezes notamos que as portas estão se fechando à nossa frente; pensamos, também por muitas vezes, estarmos orando em monólogo.
Chegamos até a dizer: Deus pode falar com você, mas comigo é indiferente. Sofro e a luta jamais finda. Oro e Deus não fala. O Senhor esqueceu de mim. Ele não me ama mais.

Há outros casos em que você diz: Eu sempre fui fiel a Deus, como, então, Ele permite que eu passasse por isso?

Assim como você, eu também já fiz perguntas assim. Somos limitados e, no momento em que passamos as lutas, não imaginamos que Deus está conosco da mesma maneira.
Jó muito sofreu e serviu, e continuará servindo, de exemplo para nossas vidas.
A bíblia relata que Jó:

“Havia um homem na terra de Uz, cujo o nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal”. Jó 1.1

1º. O temor de Deus e o desviar-se do mal, são o fundamento da vida irrepreensível e a retidão de Jó.

“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”. Provérbios 1.7

“Sincero” refere-se à integridade moral de Jó e a sua sincera dedicação a Deus; “reto” denota retidão nas palavras, nos pensamentos e atos.

2º. Esta declaração da retidão de Jó é reafirmada pelo próprio Deus no versículo 8 e em 2.3 onde, claramente, se vê que Deus, pela sai graça, pode redimir os seres humanos caídos, e torná-los genuinamente bons, retos e vitoriosos sobre o pecado.

Satanás foi perante o Senhor e pediu prova de amor de Jó para com Ele.

“Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face”. Jó 1.11

Nos versículos de 6 a 12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de Deus amá-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em Deus e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecíveis?

Deus permitiu a Satanás em tudo quanto Jó possuía, somente contra ele não estenda a sua mão.
Percebemos que ainda depois de todos os acontecimentos trágicos, Jó adorou a Deus.

“Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e raspou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou. E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma”.
Jó 1.20-22

Jó reagiu a fatalidade que lhe aconteceu, com intensa aflição, mas também, com humildade, submeteu-se a Deus e continuou a adorá-lo em meio à mais severa adversidade (ininterrupta). Posteriormente, Jó reagiu à calamidade, revelando dúvida, ira e sentimento de isolamento de Deus (v7-11). Mesmo nesse período de trevas e de fé vacilante, Jó não voltou contra Deus, todavia expressou francamente diante d’Ele suas queixas e sentimentos.
O livro de Jó demosntra como o crente fiel deve enfrentar os contratempos da vida. Embora possamos enfrentar sofrimentos severos e aflições inexplicáveis, devemos orar, pedindo graça para aceitar o que Deus permitir que soframos, pedindo-lhe também a revelação e compreensão do seu significado. Deus cuidará dos nossos confusos sentimentos e lamentos, se os levarmos a Ele – não com rebeldia, mas com a sincera confiança nEle como um Deus amoroso.
O livro revela que Deus aceitou bem as indagações de Jó (v.38-41) e que, no final, declarou que Jó falara “o que era reto”.(42.7)

Jó perdera tudo o que possuía, até filhos e sua saúde; mas em tudo isso não pecou seus lábios.
Ao lermos o livro de Jó, notamos que seus amigos: Elifaz, Bildade e Zofar, e até mesmo a sua esposa, não o apoiou. Era somente ele e Deus.

Passamos, muitas vezes em nossas vidas, momentos em que sentimos sozinhos e apenas Deus está nos olhando. Parece que tudo a nossa volta começa se uma hora para a outra desabar, e o mais estranho é que vem tudo de uma vez. No final de tudo nos sentimos sós, sem algum amigo... mas Deus está a nos observar lá dos céus. Ele nos ama.
Devemos, mesmo nas lutas, glorificar a Deus; louvar seu nome no meio da batalha, para que Ele seja glorificado em nós.
Agora eu pergunto: Que tipo de amor tendes por Deus? Jó, em tudo, não deixou de amar a Deus. Ele amava ao Senhor por sua grandeza, não pelas bênçãos materiais.
Devemos ter esse versículo em nosso coração:

“Nós o amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro”.
1 João 4.19

João exemplificou como e porque deve ser o nosso amor pelo Senhor, que nos criou em tão grande amor.
E por Deus amar a Jó acrescentou o dobro das posses que antes tinha. Ele foi provado e aprovado.

“E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos, e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó possía”. Jó 42.10

A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis.

1. Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. Deus permitira que Jó sofresse, por motivos que ela não compreendia. Deus nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que. Nesses casos o crente deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará sempre o melhor para nós e para seu reino.

2. Jó reconciliou-se com Deus, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que fossem as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, Deus, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseveram, concedendo-lhes cura e restauração total.

“Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso”. Tiago 5..11

3. Todos que permanecem fiéis a Deus, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de delícia e bem-aventurança na presença de Deus, por toda a eternidade.

Outro ponto que continuamente meditamos é o fato de pensarmos que Deus não fala conosco. Isso é bem comum e por várias vezes temos esse sentimento dentro de nós. Nestes momentos esquecemos de observar se, realmente, Deus é culpado – sabemos que Ele nunca o é. Então, pergunto: Deus não fala, ou será que somos nós que não o escutamos? Estamos seguindo corretamente seus ensinamentos? Somos-lhe fiéis? Somos-lhe obedientes e pacientes?
Deus, também, cala-se quando está trabalhando em nossas vidas. Devemos, então, saber qual dos motivos que se encaixam com o que estamos passando.

Não devemos sair de debaixo da potente mão de Deus, para que o mesmo não se cale. Fique na posição a qual foi chamado.

Outro motivo para o silêncio divino:

Maturidade Espiritual
Deus quer que venhamos a ter um crescimento espiritual.
Pergunto: Como crescer sem experiências?

Sempre após grandes lutas vem vitória ainda maior.

Como podemos afirmar isso se nunca sofremos perdas, decepções, lutas, vales, desertos, etc? Deus assim permite que passemos por muitas coisas para que venhamos, desta maneira, termos o que anunciar aos cativos e oprimidos.
Aquele que prega o que não vive é mentiroso e Deus jamais usará a tal.
Devemos mudar o nosso modo de orar e, invés de pedir para Deus aliviar nossas lutas, pedir a Ele para nos fortalecer para vencermos as mesmas. Invés de perguntarmos por quê das lutas, devemos perguntar para que. Assim, também, devemos pedir ao Senhor mais unção e dicernimento do Espírito para assim entendermos o trabalhar de Deus em nossas vidas.

Entender o silêncio de Deus é, também, entender o seu trabalhar.

Que venhamos colocar tudo nas mãos de Deus e nele descansar, até que o Senhor realize a sua boa obra em nossas vidas.

“Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”. Salmos 40.1

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, ele tudo fará”. Salmos 37.5

Deus repreende o que ama

Nunca Deus passa a mão em nossa cabeça quando errados estamos. Ele nos corrige porque, por nós, tem muito amor.

“Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”.
Provérbios 3.12

Às vezes, Deus permite que passemos por provações e dificuldades para nos confirmar mais perfeitamente à sua santidade e à sua vontade para a nossa vida (Jó 5.17)

“ E já vos esquecestes da exortação que argumenta conosco como filho: Filho meu, não desprezeis a correção do Senhor e não desmaieis quando, por ele, fores repreendidos, porque o Senhor (repreende) corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. Hebreus 12.5,6

Vejamos vários fatos a respeito da disciplina que Deus aplica aos crentes, e as dificuldades e aflições que Ele permite que soframos.

1- São um sinal que somos filhos de Deus. (Hb 12.7,8)

2- São uma garantia de amor e cuidado de Deus por nós (Hb 12.6)

3- A disciplina do Senhor tem dois propósitos:

a) que não sejamos, por fim, condenados com o mundo (I Co 11.31,32)
b) que compartilhemos da santidade de Deus e continuemos a viver uma vida santificada, sem a qual nunca veremos o Senhor. (Hb 12.10,11,14)

4- Há dois possíveis resultados da disciplina do Senhor:

a) podemos suportar as adversidades , às quais Deus nos leva, submeter-nos à sua vontade e continuarmos a Ele fiéis (Hb12.5,6). Fazendo assim, continuaremos a viver como filhos espirituais de Deus (Hb 12.7-9), a compartilhar da sua santidade (Hb 12.10); e produziremos então o fruto da justiça. (Hb 12.11)
b) podemos desprezar a disciplina de nosso Pai (Hb.12.5), rebelar-nos contra Ele por causa do sofrimento e da adversidade, e daí cairmos em apostasia. (Hb.13-15; 12.25).

5- Andando na vontade de Deus, podemos sofrer adversidades:

a) como resultado da nossa guerra espiritual contra Satanás. (Ef 6.11-18)
b) como teste para fortalecer a nossa fé (1 Pe 1.6,7) e as nossas obras (Mt.7.24-47; I Co 3.13-15).
c) como parte da nossa preparação para consolarmos o próximo (II Co.1.3-5) para manifestar a vida de Cristo (II Co 4.8-10,12,16).

6- Em todos os tipos de adversidades, devemos buscar a Deus, examinar nossa vida (II Cr 26.5; Sl 3.4; 9.52; 34.17) e abandonar tudo quanto é contrário a sua santidade (Hb 10.14; Sl 66.18).

A maneira que Deus trabalha em nós pode ser dolorosa; podemos nos sentir confuso, mas sabemos que é para nosso crescimento espiritual.
O silêncio de Deus pode nos deixar perdidos, mas também sabemos que, mesmo sem notarmos e sem percebermos que Deus está presente, o Senhor está à nossa frente endireitando os caminhos tortos.
Que venhamos aprender com o silêncio de Deus e, além disso, entender que Ele no ama – por isso nos corrige.
Aprendamos a escutar a voz de Deus; entendamos que devemos nos colocar de baixo de sua potente mão.

Aceitar a correção de Deus é aceitar e demonstrar confiança e amor para com Ele. Porque aquele que ama confia.

Sobre todas as coisas, acima de adversidades da vida, amar a Deus é o que devemos fazer. Dar-nos a Ele de todo o nosso coração e, assim, amá-lo. É querer a vontade do Senhor e negar-nos a nós mesmos. Só assim seremos verdadeiros adoradores. Só assim encontraremos a verdadeira felicidade, porque a alegria do Senhor é a nossa força.
Devemos aprender a confiar e esperar em Deus, assim como Jó fez, pois somente assim crescemos espiritualmente.
A palavra do Senhor diz que “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Que possamos esperar por esse amanhecer; que possamos vencer as lutas e adversidades.
Entender o silêncio de Deus é confiar e demonstrar amor.
Entender seu trabalhar, mesmo em lutas intermináveis, é também confiar e, assim, demonstrar amor.
A palavra de Deus descreve o amor verdadeiro:

“Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” 1 Coríntios 13.7

É esse amor descrito, por Paulo, que o Senhor sente por nós. De igual modo nós devemos nos esforçar para crescer nesse tipo de amor.

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