Acerca
do livro de Deuteronômio, podemos entender que, primeiramente, o nome do livro
de Deuteronômio, ou “segunda lei”, sugere sua natureza e propósito.
Figura,
segundo consta em nossas Bíblias, como o último dos cinco livros de Moisés,
fazendo um resumo e pondo em relevo a mensagem que os quatro livros precedentes
contém.
Além
disso, quanto à ênfase na pessoa de Deus, percebemos sua fidelidade ao cumprir
suas promessas; já no plano para estabelecer seu reino, percebemos a
reorganização do reino para a vida em Canaã. Em linhas gerais, é o registro da
renovação da aliança feita no monte Sinai. Este pacto é renovado, estendido,
ampliado e ratificado nas planícies de Moabe.
Conclui-se,
com isso que, não significa se tratar de uma mera repetição do que ficou dito
anteriormente. Sem dúvida, Deuteronômio faz parte dos acontecimentos históricos
que se deram previamente, em particular no Êxodo e em Números. Contudo vai além
destes relatos visto que os interpreta e os adapta.
Através
deste livro, os acontecimentos estão repletos de significado. Moisés
proporciona-nos bastante história; mas em quase todos os casos relaciona os
acontecimentos com a lição espiritual que sublinham. Toma a legislação – lei
civil: regulava a vida cotidiana de Israel (Deuteronômio 24.10 e 11) – que Deus
dera a Israel havia quase 40 anos, e adapta-se às condições de vida da
coletividade na terra para a qual Israel se mudaria em breve.
Quando
este livro foi escrito, a nação de Israel se encontrava na terra de Moabe, ao
leste do rio Jordão e do mar Morto. Numa oportunidade anterior, Israel havia
falhado, por falta de fé, ao não entrar na Palestina. Agora, 38 anos depois,
Moisés reúne o povo escolhido e procura infundir-lhe fé que capacitará a
avançar em obediência.
Diante
deles está a herança. Os perigos, visíveis e invisíveis, jazem além.
Acompanha-os Deus, a quem chegaram a conhecer melhor durante suas experiências
no Sinai, península deserta e escarpada. Moisés compreende, corretamente, que
os maiores perigos que os assediam estão na esfera da vida espiritual; sendo
assim, sua mensagem acentua o aspecto espiritual. O Senhor Deus deles, é o
único Senhor; foi ele quem os libertou da escravidão. Deu-lhes a lei. Selou uma
aliança com ele. O Senhor exige devoção e adoração exclusivas. Seus caminhos
são conhecidos do povo.
Mediante
longa experiência, Israel aprendeu que o Senhor honra a obediência e castiga a
transgressão. Agora, em um novo sentido, Israel age por sua própria conta, sob
a direção do Senhor e em sua própria casa.
O
livro abrange toda uma gama de perguntas que surgem desta nova fase da vida de
Israel. Sua atitude para com o Senhor é, naturalmente, o principal problema.
Moisés, com toda a diligência de que é capaz, convida Israel a confiar de todo
o coração no Senhor, e a fazer das leis divinas a força diretriz de suas vidas.
Esta
lei, se obedecida, infundirá vida e fará que os israelitas sejam povo destacado
entre todas as nações. Receberão bênçãos, e as nações reconhecerão que seu Deus
é Senhor. Porém, se Israel imitar a conduta das nações vizinhas, esquecendo-se
de seu Deus, então sobrevirá a aflição, e finalmente será espalhada entre os
povos.
Através
do livro todo, acentua-se a fé somada a obediência. Em um sentido verdadeiro,
esta é a chave do livro.
Comentários
Postar um comentário