A primeira parte do
Antigo Testamento recebe o nome de Pentateuco,
do greco-latino pentateuchus “(o
livro guardado) em cinco vasos”. As designações: “Livro de Moisés” (II Crônicas
25.4). “Livro da Lei de Moisés” (Neemias 8.1). “Livro da Lei do Senhor” (II
Crônicas 17.9), ou, simplesmente, “Lei do Senhor” (II Crônicas 35.26), com
efeito, remetem ao Pentateuco e
ilustram o seu valor devidamente reconhecido pelo povo hebreu.
O Pentateuco é determinado por um entrelaçamento estreito entre narrativas e mandamentos. Contudo, entende-se que o termo Pentateuco designa-se o conjunto dos
cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio. Em sua forma atual, o Pentateuco apresenta-se como um andaime,
formado por narrações históricas e leis. Assim, a aliança é o elo teológico do Pentateuco (o sinal desta marca é a
circuncisão dos judeus).
Os judeus chamam o Pentateuco
de Torá, um termo hebraico que
normalmente é traduzido por “lei”, mas significa bem mais, pode também ser
traduzido por “ensinamento” ou “instrução”, revela de imediato o seu propósito:
educar o povo de Israel acerca de sua identidade, sua história, seu papel entre
as nações da Terra e seu futuro. E, portanto, o grande tema do Pentateuco é o da reconciliação e da
restauração.
No Pentateuco há três tipos de lei:
- Lei cerimonial – relacionada à adoração de Israel (Levítico 1.1-13).
- Lei civil – regulava a vida cotidiana de Israel (Deuteronômio 24.10 e 11)
- Lei moral – é constituída pelos mandamentos diretos de Deus, por exemplo, os dez mandamentos (Êxodo 20.1-17).
Por isso, conclui-se que o Pentateuco
é o cânon hebraico mais importante. O mesmo é dividido em duas grandes
partes, são elas:
1º parte: Gênesis 1 –
11 (introdução para o resto do Pentateuco). Aqui se
relata os cosmos; criação; queda; torre de Babel; dilúvio.
2º parte: Gênesis 12 –
Deuteronômio 34. O chamado de
Abraão e a aliança que Deus estabeleceu com ele; chamado de Isaque e Jacó; o
plano que Deus tinha com José no Egito; o nascimento de Moisés; a saída do povo
do Egito; o percurso no deserto; a entrega dos dez mandamentos; o tabernáculo;
as leis;
Ao analisarmos a Tora
percebemos seus temas:
Gênesis: É o primeiro livro do Pentateuco e é conhecida
como sementeira da bíblia, pois contém as sementes de todas as grandes
doutrinas. São elas:
1.
Começo do
universo material (Gn 1.1-25)
2.
Começo da raça
humana (Gn 1.26; capítulo 2)
3.
Começo do
pecado humano (Gn 3.1-7)
4.
Começo das
revelações da redenção (Gn 3.1-7)
5.
Começo da
civilização humana (Gn 4.16; capítulo 4)
6.
Começo das
nações do mundo (Gn 10)
7.
Começo da raça
hebraica (Gn 12-50)
Gênesis pode ser descrito com
exatidão como o livro dos inícios. Quanto à ênfase na pessoa de Deus,
percebemos sua soberania sobre a criação, o homem e as nações; já no plano para
estabelecer seu reino, notamos a necessidade e preparação do regulamento do
reino de Deus.
Pode, entretanto, ser dividido em duas porções principais. A primeira parte diz respeito à história da
humanidade primitiva (caps. 1-11). A
segunda parte trata da história do povo específico que Deus escolheu como Seu,
próprio, para si (caps.12-50). O livro de Gênesis salienta, por todas as suas
páginas, a desmerecida graça de Deus.
Por ocasião da criação do mundo, a
graça se exibe na maravilhosa provisão preparada por Deus para as Suas
Criaturas. Na criação do homem, a graça de Deus se manifesta no fato que ao
homem foi concedida até mesmo a semelhança com Deus. A Graça de Deus se
evidencia até mesmo no dilúvio. Abraão foi escolhido, não por merecimento, mas
antes, devido ao fato de Deus ser cheio de graça. Em todos os seus contatos com
os patriarcas Deus exibe grande misericórdia: sempre recebem muito mais favor
do que qualquer deles poderia ter merecido.
Há, assim, outra importante característica do livro de Gênesis que não se
pode esquecer, a saber, o modo eminentemente satisfatório pelo qual responde
nossas perguntas sobre as origens. O homem sempre haverá de querer saber como o
mundo veio à existência. Além disso, sente bem dolorosamente o fato de que
alguma grande desordem caiu sobre o mundo, e gostaria de saber qual a sua
natureza; em suma, preocupa-se em saber como o pecado e todas as suas tremendas
consequências sobrevieram. E, finalmente, o homem precisa saber se existe
alguma esperança básica e certa de redenção para este mundo e seus habitantes
de que consiste essa esperança, e como veio a ser posse do homem.
Êxodo: Neste livro encontramos o conhecimento de Deus por
meio da experiência pessoal. É, também, conhecido como coração do Pentateuco. Quanto
à ênfase na pessoa de Deus, percebemos seu poder para julgar o pecado e redimir
seu povo; já no plano para estabelecer seu reino, ressaltamos a inauguração e
legislação do reino.
Assim, tem como grande tema o Tabernáculo (tenda real, ou seja, glória do
Senhor vindo sobre a terra), o Deus que habita no meio do povo – conhecimento
pessoal do homem com Deus. Dessa forma, Ele se revela através de seus
atributos: soberania, santidade, seu poder de operar sinais e maravilhas, sua
justiça e compaixão.
Em suma, Assim como Gênesis é o livro dos começos, Êxodo é o livro da
redenção. O livramento dos israelitas oprimidos do Egito da severidade da
escravidão no Egito por Faraó; assim, exigiam a preparação do libertador Moisés
(2.1-4.31). A luta com o opressor (5:1-11.0) culmina com a partida (grego,
êxodo ou saída) dos hebreus do Egito.
São remidos pelo sangue do cordeiro pascoal (12.1-28) e pelo poder de
Deus manifestado na travessia do mar Vermelho (13.1-14.31). A experiência da
redenção, festejada mediante o cântico triunfal dos redimidos (15.1-21), é
seguida pela prova que têm de enfrentar no deserto (15.22-18.27). No monte
Sinai, a nação redimida aceita a lei (19.1-31.18). O não depender da graça
conduz a infração e à condenação (32.1-34.35). Contudo, triunfa a graça de Deus
ao ser dado ao povo o tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, mediante os
quais o povo redimido podia adorar o Redentor e ter comunhão com Ele (36.1-40.38).
Levítico: Neste livro, Moisés desenvolve a legislação que
começou a ser dado em Êxodo; tais ordens foram dadas aos pés do Sinai; seu
grande tema é a Santidade. Assim, encontra-se a expansão da lei da aliança com
o propósito de santidade entre o povo de Deus, já que Ele viveria em seu meio
(tabernáculo). Encontramos, assim, normas para o sacrifício. Neste, Deus requer
santidade de seu povo em sua vida cotidiana. Por fim, o tema é repleto de falas
divinas; apenas nos capítulos 8.1 – 10-20 e 24.10-23 que relatam
acontecimentos.
Números: Este dá sequência à caminhada que teve início em
Êxodo, tendo um mês se passado entre o fim de Êxodo e o começo de Números. Desta
forma, há a provação e purificação do povo de Deus na peregrinação pelo deserto
do Sinai. Tal livro é dividido em duas partes:
1º parte: capítulo 1 a 25 – (pecado e julgamento). Fala sobre
a geração ingrata e que murmurava (prova e reprova do povo de Deus), mostrando,
então, a dureza do povo de Israel, que já havia andado 38 anos no deserto.
Nesta parte teve o primeiro censo; morte da primeira geração dos israelitas.
2º parte: capítulo 26 a 36 – (novo grupo e nova geração). Ocorre
o segundo censo; momento de esperança – um tom de otimismo -, onde estão
acampados nas campinas de Moabe. Este livro termina com esta marca de
esperança, porém esta nova geração ainda não fora provada.
Deuteronômio: Este livro é tido como resumo de Êxodo e Números.
Aqui encontramos a renovação da aliança e uma segunda entrega da lei como
preparativo para a entrada na terra da promessa pela segunda geração do povo de
Deus.
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