Como fora aprendido nas
aulas de Análise Bíblica de Romanos, o tema central desta carta é o Evangelho –
do grego: euangelion – ao qual tem
por definição “boas-novas”, ao qual notifica a revelação da justiça de Deus,
uma justiça conquistada pelo Cristo e recebida unicamente por fé (1:16, 17);
necessário a todos – tanto judeus como gentios (capítulos 1 – 3); isto também
inclui Abraão – o pai da fé (capítulo 4), os benefícios dos que recebem
absolvição, a imputação desta justiça e os benefícios da justificação (capítulos
5-8), a soberania de Deus (capítulos 9-11), e o viver condizente com o
Evangelho da justiça de Deus (capítulos 12-16). Em suma, a justificação pela fé
e as consequências práticas para a vida cristã.
Temos como autor o
próprio apóstolo Paulo, mas tento em Tércio como seu escriba, ao ajudador (Rm
16:22); notamos a história do plano de redenção de Deus, ao qual é revelada
através de Jesus, anunciando a justa ira de Deus contra o pecado e a provisão
divina.
Assim,
não podemos deixar de mencionar que Paulo fora o vaso escolhido por Cristo
glorificado para levantar a igreja gentílica, revelando a todos os homens qual
é a vontade de Deus por meio de sua igreja.
Esta carta está dividida
em duas grandes partes:
Capítulos 1 – 11 (Parte
Doutrinária)
Capítulos 12 – 16 (Parte
Prática)
Após a introdução feita
por Paulo (1:1-17). Esta se inicia, a partir de 1:17 a 3:20, com uma clara
exposição a corrupção e depravação total do gênero humano – em todos os
sentidos de seu âmago –, na qual, toda a humanidade caída está sob a ira de
Deus, de um Deus que é justo, e, por ser justo, necessita, assim, o homem ser
condenado por seus pecados (Rm 3:23):
“
Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.
Assim, a provisão divina:
a justiça de seu Filho Jesus (3.21-5.21), concretiza-se através de um plano de
redenção perfeito e infalível, ou seja, a morte de Cristo, ao qual se doou para
resgatar a humanidade da ira condenatória, do domínio do diabo e da escravidão
do pecado.
Somente através da
justificação, podemos ter paz com Cristo (6.1-8.39), e, como isso se dá? A
resposta pode ser, também, encontrada em Efésios 2:8-9, que diz:
“Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.
E, por fim, encontramos a
soberania e a fidelidade de Deus (9.1-11.36), ao qual fecha esta parte denominada
“doutrinária”.
A segunda parte, tida
como parte prática, inicia-se no capítulo 12, ao qual encontramos: O modo de
viver compatível com a justificação pela fé (12.1-15.13). E como isso se dá?
Através da conduta do cristão ideal:
ü Dedicação
verdadeira, base de toda a ação moral (12:1-2);
ü Uso
dos dons espirituais, mediante o amor (12:3-13);
ü Amor
aos inimigos (12:14-21);
ü Submissão
às autoridades constituídas (13:1-7);
ü O
amor cumpre a lei (13:8-10);
ü O
cristão e a vigilância (13:11-14);
ü O
amor cristão relativo à liberdade cristã e questões de consciência (14:1-23);
ü O
altruísmo cristão (15:1-12);
ü Oração
de Paulo pelos crentes romanos (15:13);
ü Conclusão
da Carta (15:14 – 16).
Enfim, fica-nos evidente
a ética nos relacionamentos, tanto com Deus, como conosco, nosso próximo e
autoridades. Assim, temos:
ü Com Deus: consagração da vida e transformação da
mente;
ü Conosco – Eu/Ego: equilíbrio de si mesmo a partir da compreensão
da graça de Deus;
ü Com o nosso próximo: onde nosso caráter é
moldado;
ü Com as autoridades: onde estabelece obediência.
Por conseguinte, fica-nos evidente que o
apóstolo Paulo declara que o cristão demonstra que recebeu tal justificação,
por intermédio do novo nascimento, quando realmente ele morre com Cristo e para
o pecado; isto se dá, quanto este novo nascido tem uma atitude de
arrependimento genuíno, e sua vida resulta na prática da santidade e amor em
todos os aspectos, seja eles em seus relacionamentos (convívio social), moral e
espiritual; claro, tendo como primordial a obediência a Deus. Deste modo,
entende-se por justificação, não apenas aspectos de salvação, mas, também, este
deve causar repercussões sobre os relacionamentos deste indivíduo. Ou seja, A
justificação proporcionada por Cristo, não só produz salvação, produz também
uma vida cristã em que nossos relacionamentos são aprimorados.
Enfim, Deus exerceu sua
misericórdia, aquele homem errôneo ao qual ele elegeu, o seu eleito, ao qual
era morto em seus delitos e pecados. Assim, Deus o regenerou, abriu-lhes os olhos
e ouvidos, pois só depois disto este teria vida e poderia se arrepender e ter
fé; desta forma, o morto, agora vivo, é justificado – adotados por Deus. Desta
forma, este homem não deve viver para si mesmo, apenas, mas para Deus e seu
próximo.
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