A Igreja de Cristo é composta de todos aqueles que foram
eleitos por Deus, desde a fundação do mundo e são o corpo de Cristo (Ef 1:4-14;
1 Co 12: 12-31).
“Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho
do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não
foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu
te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:16-18).
Ou seja, aqui Cristo estava se referindo a Simão
Pedro, filho de Jonas, o qual é apontado por “feliz” (do grego: makarios,
bem-aventurado), pois
este recebera uma revelação direta de Deus, através do Espírito Santo.
O
vocábulo “eu” é enfático aqui, apontando para a autoridade de Cristo, o Filho
do homem e o Filho do Deus vivo. Assim, a “pedra” é a confissão de Pedro sobre
o Cristo, sendo a própria revelação. E, desta forma, a igreja está edificada
nesta revelação, que vem de Deus, através da ação do Espírito Santo. Portanto,
a “pedra” é a fé que procede da confissão; essa fé é a pedra sobre a qual a
igreja foi fundada.
Há,
porém aqueles que defendem a posição a qual afirma que Jesus usou um jogo de
palavras (que há no grego como petros, ou pedrinha, fragmento de uma
rocha). Cristo, entretanto, é a rocha maciça (petra), sobre a qual está edificada a
igreja. Há outras mais interpretações acerca desta passagem, porém ficaremos
apenas nessas duas. Lembrando que a Igreja Católica Romana usou tal passagem
para criar uma grande heresia (sendo Pedro o primeiro papa, vigário de Deus).
Em
Efésios 2:20-22 encontramos: “edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e profetas,
sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem
ajustado, cresce para o santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós
juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”. O texto
mostra que este edifício é a igreja de Cristo, e, sendo assim, somente Cristo
pode ser o fundamento dela (I Coríntios 3:11).
Assim,
podemos lançar um questionamento acerca do tema igreja de Cristo e reino de
Deus. Afinal, o que veio Jesus Cristo estabelecer na Terra, Igreja ou Reino? E
quais as semelhanças, e diferenças, que há entre ambas?
Começaremos
pela definição de reino de Deus. Portanto, em sentido mais amplo,
compreendemos a total e absoluta soberania de Deus em relação a todos e tudo que
Ele mesmo criou, governando e exercendo controle total, sobre tudo e todos
(seja debaixo dos céus, seja debaixo da terra; seja sobre o reino invisível,
seja sobre o reino visível). Entretanto, em sentido mais restrito, podemos
apontar para o reino de Deus de forma mais soteriológico e escatológico. Em
suma, a Obra da Redenção (Salvação) estabelece este reino soteriológico e
escatológico, que já se manifesta, mas ainda não alcançou a sua plenitude (O
reino de Deus já e ainda não; o qual já se revelou ao homem, porém não em sua
plenitude).
Quanto
a palavra igreja (do grego: ekklesia - a qual tem seu
significado por assembleia reunida regularmente para propósitos civis), era
usada para se referir à congregação dos filhos de Deus, na Septuaginta para a
congregação de Israel.
Enfim, no Novo Testamento a Palavra
“igreja” é usada para se referir à reunião, congregação, dos crentes em Jesus
Cristo, não somente reunidos em um determinado momento, mas unidos como corpo
de Cristo. Desta forma, ela designa um aspecto muito específico e de tão grande
importância no Reino de Deus, que algumas vezes pode até ser confundido ou
mesclado com o próprio conceito de Reino. A palavra “igreja” designa as
pessoas, famílias e nações que constituem este Reino, soteriológico e
escatológico, de Deus.
Ou seja, a igreja faz parte do reino,
sendo parte do reino; em outras palavras, igreja é o povo que constitui o Reino
de Deus, mas a palavra também comporta algumas outras significações, sempre
relacionadas à ideia principal de Igreja como povo de Deus, sendo, porém, em seu
sentido mais amplo a totalidade do povo que Deus redimiu em Jesus Cristo, do
princípio ao fim da História da Redenção, sendo aqueles o qual estão espalhado
entre as nações, em distinção da Igreja que está nos Céus, aguardando a sua
ressurreição e retorno com Jesus Cristo, para seu reinado visível na Terra;
estes, por sua vez, podem também ser apontados como aqueles que se reúnem
regularmente para a pregação da Palavra de Deus e celebração apropriadamente da
Santa Ceia, sendo, por sua vez, batizados em nome de Jesus Cristo, guardam o
Dia do Senhor, cultuam, participam da santa ceia etc.
Por conseguinte, a Igreja é o Reino
“Invisível”, pois Jesus Cristo – que é o rei – está invisível; sua pátria e
cidade são celestiais – estão por vir, sendo novos céus e nova terra; sua
armadura é espiritual; seu poder é o Espírito Santo; sua maior herança é o
Senhor.
Comentários
Postar um comentário