Conforme diz o nome, Levítico (o terceiro livro de Moisés) ressalta a função dos sacerdotes de Israel, membros da tribo de Levi, aos quais, Deus escolheu para prestar serviços em seu santuário. Quanto à ênfase na pessoa de Deus, percebemos sua santidade e provisão para uma vida santa; já no plano para estabelecer seu reino, percebemos a organização espiritual do reino de Deus.
Conforme já fora citado
anteriormente: Neste livro,
Moisés desenvolve a legislação que começou a ser dado em Êxodo; tais ordens
foram dadas aos pés do Sinai; seu grande tema é a Santidade. Assim, encontra-se
a expansão da lei da aliança com o propósito de santidade entre o povo de Deus,
já que Ele viveria em seu meio (tabernáculo). Encontramos, assim, normas para o
sacrifício. Neste, Deus requer santidade de seu povo em sua vida cotidiana. Por
fim, o tema é repleto de falas divinas; apenas nos capítulos 8.1 – 10-20 e
24.10-23 que relatam acontecimentos.
Assim, afirmamos que sua
mensagem estava dirigida originariamente a todos os crentes (Levítico 1.2), e
suas verdades continuam sendo de principal significado para o povo de Deus,
visto que o Levítico constitui a primeira revelação pormenorizada do tema vivo
do Grande Livro em geral, isto é, a revelação da forma mediante a qual Deus
restaura o homem perdido.
Tanto a atividade
redentora de Deus como a conduta do homem que se apropria de tal redenção se
acham resumidas no versículo-chave (20.26), que diz:
“Ser-me-eis santos,
porque Eu, o Senhor, Sou Santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus”.
A fim de realizar a
salvação e restaurar o homem ao seio de seu Criador, é preciso prover um meio
de acesso a Deus. A primeira metade de Levítico (capítulos 1 a 16), de tal
forma, apresenta-nos uma série de medidas de caráter religioso – que
representam a forma mediante a qual Deus redime os perdidos, separando-os de
seus pecados e suas consequências. Os diversos sacrifícios (capítulos 1 a 7)
eram figuras, por assim dizer, da morte de Cristo no Calvário, onde aquele que
não tinha pecados sofria a ira de Deus em nosso lugar, para que pudéssemos ser
salvos de nossa culpa (II Coríntios 5.21; Marcos 10.45).
Os sacerdotes levíticos
(capítulos 8 a 10), prefiguravam o serviço fiel de Cristo ao efetuar a
reconciliação pelos pecados do povo (Hebreus 2.17). As leis da limpeza e
purificação (capítulos 11-15) deviam constituir-se em lembranças perpétuas do
arrependimento e da separação da impureza, que deve caracterizar os redimidos
(Lucas 13:5), enquanto o dia culminante do culto de expiação (capítulo 16)
proclamava o perdão de Deus para os que se humilhassem mediante uma entrega
fiel a Cristo, o qual proporcionaria acesso ao próprio céu (Hebreus 9.24).
Mas a salvação não é
apenas separação do mal: abrange uma união positiva ao que é bom e justo. De
modo que a segunda metade do Levítico (capítulos 17-27) apresenta uma série de
padrões práticos do que o homem deve aceitar a fim de viver uma vida santa.
Esta conduta prática inclui expressões de devoção em assuntos cerimoniais
(capítulo 17), na adoração (capítulos 23 a 25), mas giram em torno de assuntos
de conduta diária do amor sincero a Deus.
Levítico existe principalmente como legislação
expressa por Deus (1.1-2):
“Chamou o Senhor a
Moisés e... disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes...”.
Em suma, percebemos que
as duas narrativas históricas (capítulos 8 a 10 e 24.10-22) servem-nos de pano
de fundo para assuntos de caráter legislativo e a lei cerimonial – relacionada
à adoração de Israel (Levítico 1.1-13).
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