Qual a importância dos dons espirituais para a vida da igreja e como cultivá-los de forma bíblica e equilibrada?
À priori, devemos entender o significado da
palavra dom. a tradução desta palavra
envolve um grande número de palavras hebraicas e gregas.
Como palavras hebraicas – também com o sentido de
dom – ao qual aparecem nas sagradas escrituras com este significado e outros
também, temos: mattan (como algo
oferecido gratuitamente; obtenção de um favor; expressão religiosa de ação de
graças; um dote; possessão de uma herança; ou mesmo um suborno); nisseth (como coisa elevada); maseth (como também peso; elevada); shochad (suborno; recompensa); minchad (oferta; presente).
Como palavras gregas, de igual forma como citado
anteriormente, temos: dídomi (dar um
presente); anáthama (como algo
devotado a Deus); doma (corresponde a
algum presente sagrado, ou profano); dósis
(indicando os múltiplos dons de Deus, dados a todos); dorea (que indica dons ou presentes de vários tipos, sagrados ou
profanos); dorema (uma palavra geral
usada para dom); merismós (derive-se
da ideia de dividir); cháris (palavra
que também significa graça, mas que pode ter a ideia de “dom gratuito”); e por
fim, charisma (palavra para indicar
os dons do Espírito, as suas graças, gratuitamente conferidas, para a obra do
ministério I Co 12:4,9,28,30,31).
Assim, concentremo-nos neste último significado, que
é mais relevante como resposta a pergunta proposta. Além do significado já
citado para a palavra grega charisma, que
tem como plural a palavra charismata,
podemos ressaltar a ideia de que enfoca os dons da graça de Deus (Rm 5:15,16).
Contudo, percebemos que esta palavra aparece 17 vezes no NT (Rm 1:11, 6:23,
11:29, 12:6; I Co 1:7, 7:7; II Co 1:11; I Tm4:14; II Tm 1:6; I Pe 4:10). Essa palavra
é usada principalmente para indicar alguma espécie de dom espiritual ou divino.
Com isso, percebemos que I Co
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ressalta os dons do Espírito dado aos homens, tendo em vista o ministério da
igreja. Contudo, notamos que tais dons Espirituais, que são divinos, são
dispensados de acordo com a vontade de Deus, visando o bem, não ao mal (Ec
2:26; Dn 2:21; Rm 12:6; I Co 7:7). Sendo estes gratuitos e abundantes (Rm
8:32), sendo dados por meio de Cristo (Sl 68:18; Ef 4;7,8; Jo 6:27). E assim,
por fim, os dons Espirituais são de suma importância e necessários para o
desenvolvimento da igreja.
Tais dons espirituais devem ser cultivados de forma
bíblica e equilibrada. Com isso, exageros devem ser evitados e tendo a bíblia
como bússola para a vida cristã. Um bom exemplo disso é que jamais a profecia
que for fora do que a bíblia nos ensina deve ser levada em consideração e como
verdade a mais. Como já aprendemos, a bíblia é a palavra de Deus, e não apenas
contém seus ensinamentos; não há erros nas sagradas escrituras; por fim, como a
própria palavra diz em Gl 1:8, onde Paulo afirma:
“Mas ainda que
um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que já receberam, que
seja amaldiçoado”.
Em outras traduções aparece a palavra anátema no
lugar de amaldiçoado. Assim, como não queremos receber maldição e, também, por
amor e temor a Cristo, devemos seguir o que sua palavra nos ensina. E, ela nos
ensina a ter temperança (Gl 5:22) em tudo quanto vamos realizar, pois este
também é um dos frutos do Espírito Santo. Ela nos ensina a ter amor, gozo,
longanimidade, fé, etc. Como a videira verdadeira, ao qual dá muitos frutos (Jo
15), de igual forma devemos ser nós, dando frutos, a partir dos dons
Espirituais entregados a nós.
Em suma, como podemos cultivá-los de forma bíblica e
equilibrada, como já citado acima, seguindo os passos do Mestre, o que nos
ensina Sua vida e Sua palavra. Devemos pedir a Deus compreensão de Sua vontade
e de como usar os dons Espirituais para a edificação da igreja, não somente a
nossa. Não devemos agir como crianças, como meninos, mas com a maturidade
espiritual (I Co 13:11). Para tal, uma vida de santificação, oração, vigilância
e a busca de sabedoria divina são elementos fundamentais para cultivar os dons nos
dado com equilíbrio, nada de extremismo (nem para um lado, sendo cético quanto
aos dons Espirituais; nem para o outro, espiritualizando tudo e todos), mas
sendo controlado e centrado, agindo
segundo a palavra de Deus e Seu Santo Espírito, mediante os ensinamentos de
Cristo.
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