O Evangelho de Mateus
Autoria
Embora
o autor não se identifique na própria obra, a Igreja foi unânime em afirmar
autoria de Mateus, um dos Doze Apóstolos. O Testemunho da Igreja Antiga é
bastante consistente com o fato de que, sendo Mateus um obscuro apóstolo, não
haveria qualquer razão para creditar-lhe um livro, se não fosse ele o seu
verdadeiro autor. Além de Papias, Justino Mártir e Irineu, muitos outros
escritores da Igreja Antiga confirmam a autoria de Mateus.
Não obstante sua relativa obscuridade entre
os doze apóstolos, Mateus nos legou uma notável obra, que muito apropriadamente
abre o Cânon do NT. Além de ser um dos “Doze”, e autor de um dos Evangelho,
sabemos sobre Mateus que ele era:
ü Filho de Alpheu, também chamado
Levi (Mc 2.14; Lc 5.27);
ü Um publicano, ou coletor de
impostos (Mt 9.9; 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.13-16).
Alguns
autores têm lembrado que Mateus deve ter sido o mais rico dentre os que foram
chamados ao Apostolado; isto pode ter fundamento tanto em sua profissão, como
no grande banquete que ofereceu em sua casa, tendo Jesus como o principal
convidado.
Assim
sendo, seu atendimento ao chamado de Jesus implicou em uma radical mudança em
seu estilo de vida. A maneira simples, objetiva e bem organizada como trabalhou
o autor deste Evangelho, certamente confirmam a autoria de Mateus, se levarmos
em conta a sua profissão.
Embora isto não seja de absoluta importância,
vale salientar que autor deste Evangelho foi testemunha ocular dos fatos que registrou,
em geral. Isto não é de absoluta importância, porque o não ter sido testemunha
ocular não desqualificaria um autor que teria feito um cuidadoso trabalho de
pesquisa, incluindo o contato com testemunhas oculares. Todavia é bom ressaltar
que dois dos quatro Evangelhos foram escritos por Apóstolos, os outros dois
não.
Data
A
data de composição é imprecisa, mas foi provavelmente entre 50 e 60 dc. Isto
significa que algumas das cartas de Paulo foram escritas antes. Entretanto,
como se vê, especialmente nos Evangelhos Sinóticos, acontecimentos e ditos de
Jesus Cristo foram muito cedo preservados e divulgados em pequenas formas orais
e escritas. Portanto, a obra e ensino de Jesus Cristo estavam muito presentes
na vida e culto da Igreja Primitiva.
A contemporânea crítica literária do NT tende
a considerar o Evangelho de Marcos mais antigo que o de Mateus e que este usou
o Evangelho de Marcos como fonte material.
Porém,
com muita probabilidade, o Evangelho de Mateus foi escrito em Antioquia, na Síria.
Propósito
O
propósito de Mateus é apresentar Jesus Cristo como o Messias Real prometido no
Antigo Testamento, que alguns na Judeia e no mundo, por onde não somente judeus
dispersos, mas também os chamados gentios, expectavam. Mateus tinha em vista,
principalmente, comunicar o Evangelho de Jesus Cristo aos Judeus, prosélitos do
judaísmo e outras pessoas familiarizadas com a fé judaica.
Evidências:
ü Seu autor tinha bom conhecimento do
hebraico original, como se pode verificar por sua preferência em citar o texto
Hebraico, ao invés da Septuaginta.
ü Expressão: “isto aconteceu para que
se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta”, seguida de
uma citação do AT (Mt 1.22-23).
ü Refutação da farsa do roubo do
corpo de Jesus, criada pelos líderes judaicos que se opuseram a Jesus como o
Cristo (Mt 27.62-66; 28.11-15).
ü A ênfase na atitude positiva de
Jesus em relação à Lei de Moisés, conforme seu registro do Sermão do Monte (Mt 5.17-19).
Características
especiais
O
Evangelho escrito por Mateus é o primeiro dos quatro Evangelhos; Mateus abre ou
inicia o Cânon do NT; e havendo sido escrito primeiramente para anunciar Jesus
Cristo aos judeus, sua posição no Cânon é perfeita, especialmente como o livro
de transição entre o Antigo e o Novo Testamentos.
Como acontece em todos os outros Evangelhos,
Mateus também concentra sua apresentação de Jesus em seus três anos e meio de
Ministério público, e também na semana que precedeu sua crucificação e os dias
que se seguiram à sua ressurreição.
Ele equilibra registros de movimentações,
ações e ensinos de Jesus, e possui três grandes blocos de ensinos de Jesus: O
Sermão do Monte (Mt 5-7), As Parábolas do Reino (Mt 13), e o discurso
escatológico no Monte das Oliveiras (Mt 24-25).
Por
conseguinte, Mateus apresenta Jesus aos religiosos Judeus, que possuíam as
Escrituras do AT e pediam sinais (1 Coríntios 1.22).
O
requerimento de sinais não era um mal em si mesmo; quando João Batista enviou
seus discípulos para perguntar a Jesus se ele era o Cristo, Jesus respondeu
indicando os sinais que ele mesmo estava realizando (Mt 11.26).
Entretanto,
a obcecação por sinais, típica dos fariseus, simplesmente ocultava sua total
incredulidade e dureza de coração, além da falta de afinidade com as Escrituras
Sagradas, devido ao grande valor que davam às suas tradições e interpretações
das mesmas.
Mateus,
entretanto, sem ignorar os sinais miraculosos realizados por Jesus, procura
demonstrar que Jesus é o Messias Real, principalmente, através do meticuloso
cumprimento das Escrituras do Antigo Testamento.
Esboço
O Rei Eterno
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A Origem do Rei 1-3
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1
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Nascimento do Rei.
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2
|
João Batista Introduz o Rei
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3
|
O Rei Vence o Tentador e
Inicia sua Conquista
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O Caráter do Reino 4-20
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4
|
O Rei Vence o Tentador e
Inicia sua Conquista
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5-7
|
O Estilo de Vida dos Cidadãos do
Reino
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8-9
|
O Poder e Autoridade Divinas do
Rei
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10
|
O Rei Comissiona seus Primeiros
Arautos
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11
|
O Rei Proclama sua Justiça e Misericórdia
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12
|
O Rei Enfrenta a Incredulidade
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13
|
As Parábolas do Reino
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14-15
|
A Oposição Aumenta – O Rei revela
Poder a Quem Crê
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16
|
Como o Cristo, o Rei Deve Morrer
e Ressuscitar
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17-20
|
Os Valores Morais e Espirituais
do Reino
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A Objeção ao Reino 21-27
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21-22
|
O Rei, em sua Cidade, Manifesta
Autoridade no Templo
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23
|
O Rei Censura e Lamenta a os
Corações Endurecidos
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24-25
|
A Mensagem Escatológica do Reino
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26
|
Sob Conspiração e Abandono o Rei
Institui a sua Mesa de Comunhão
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27
|
O Rei é Morto e Sepultado
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|
A
Vitória Do Rei
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27
|
Ressurreição, Comissão e Ascensão
do Rei Eterno
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