Os Evangelhos nas Escrituras Sagradas
Sobre o que versam as Escrituras Sagradas em Seu Conjunto?
As
Sagradas Escrituras são os registros, com propósitos de revelação, história e
doutrina, dos principais eventos da Obra Redentora que Deus realizou entre a
humanidade, desde a Criação e Queda do homem até as primeiras décadas
fundacionais da Igreja Neo-Testamentária.
Para
relembrarmos, de forma suscinta, podemos dizer que o propósito do Antigo
Testamento era de fixar as bases
Históricas e Doutrinárias da Obra da Redenção, sendo elas divididas em:
ü
Criação – O homem foi criado por Deus, à Sua
imagem e semelhança, devendo este adorar, honrar, servir e obedecer a Deus para
viver. Isto, que é lógico, natural e moral, foi formalizado em um pacto, em que
foi vedado ao homem comer o “fruto do conhecimento do bem e do mal” (Gn 1-2).
ü
Queda – O homem fugiu ao seu divino
propósito, transgredindo o pacto, trazendo grande miséria sobre si e toda a sua
descendência, e também grande maldição para a Criação. Contudo, Deus anuncia a
Obra da Redenção, que estava iniciando em virtude da Queda, prometendo um filho
de mulher que esmagaria a cabeça da serpente (Satanás), quem induziu o homem à
transgressão (Gn 3).
ü
O Dilúvio e Babel – Tais eventos mostram que não
obstante os progressivos e avassaladores resultados do desvio do homem de seu
divino propósito e transgressão do Pacto, Deus continua agindo para preservar a
geração dos homens com propósitos da redenção (Gn 6-11).
ü
Deus chamou a Abraão e sua
descendência – Com
isso, tornaram-se um canal de bênção para outras famílias e nações, como
testemunho de sua Obra da Redenção (Gn 12.1-4).
O
AT registra progressivas ações da redenção de Deus que culminam na chamada “libertação
e estabelecimento de Israel como o Povo de Deus”. Algumas verdades relativas à
Redenção são reveladas mediante palavras (profecias), tipologias e leis
cerimoniais; porém, a essência do AT é a promessa relativa ao Messias. Contudo,
o Messias somente haveria de ser revelado em sua plenitude como o divino-humano
Redentor, o mediador entre Deus e a humanidade redimida, no Novo Testamento.
Assim,
ao falarmos de princípios éticos, não podemos esquecer das Parábolas de Jesus.
Conforme já fora ensinado, Jesus ensinava, acerca do Reino, através de
Parábolas. Estas Parábolas são encontradas nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Já
Marcos fala sobre Jesus com uma linguagem mais bélica, apresentando-O como Deus
e homem – o homem perfeito. Por fim, João tem como tema a Vida Eterna,
suprimindo as Parábolas e colocando os discursos de Jesus. Desta forma, podemos
concluir que os evangelhos são distintos, mas convergentes.
No
AT havia o Templo – lugar a Deus. Agora, no NT temos a figura de Jesus – o
mediador entre Deus e os homens. Desta forma, não haverá mais necessidade do
templo, dos sacerdotes e os sacrifícios do AT. Assim, podemos afirmar que o no
AT tinha um enigma (Êx 34). Deus se revela como Senhor “que perdoa a
iniquidade” (Êx 34.7). a seguir, na mesma sentença ele diz “que ao culpado não
tem por inocente”.
O
enigma é este: Como Deus pode perdoar a iniquidade do culpado se não o tem como inocente? Os sacerdotes do
AT não podiam resolver esse enigma com o sacrifício de touros e bodes (Hb 10.4).
Assim, a resposta está em Jesus, que veio como:
ü Sacerdote
ü Sacrifício
ü Templo
Por
fim, substituto, a fim de ser o mediador entre Deus e o homem, ao tomar sobre
seu corpo a punição de Deus pelo pecado. Contudo, o NT fornece a resposta ao
enigma apresentado no AT, fechando o cânon de forma perfeita.
O
profeta Isaías declarou, séculos antes, o que realmente Deus fez por nós em
Cristo (Is 53.4-6). Os Evangelhos deixam claro que Jesus meditou a respeito
dessa passagem e sabia que cumpriria aquelas mesmas profecias. Por isso, Ele
ensinou aos discípulos: “Porque o Filho do Homem também não veio para ser
servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).
Se o propósito do AT é ser o registro da
promessa relativa ao Messias, o propósito do NT é o registro do cumprimento da
promessa relativa ao Messias. Os Evangelhos são o testemunho escrito do
cumprimento da maior de todas as promessas das Sagradas Escrituras, que existem
para a revelação de Jesus Cristo como o Redentor dos filhos de Deus; assim:
ü ü Os autores do NT estavam
conscientes de que estavam escrevendo para testemunhar o cumprimento da
promessa do AT, relativa ao Messias (Mt 1.2123; Jo 20.30-31).
ü Os Evangelhos apresentam o
testemunho histórico da pessoa e fatos em que se fundamentam todos os demais
escritos do NT.
ü Grande parte de cada um dos
Evangelhos focaliza a última semana de Jesus, incluindo sua morte e
ressurreição.
ü Há muitos registros de milagres,
especialmente nos Evangelhos sinóticos.
ü Há muitos registros de revelações e
ensinamentos dados por Jesus, especialmente em João.
Os Evangelhos não são biografias de Jesus,
especialmente no conceito contemporâneo de biografia.
ü Eles contêm registros completos e
detalhados, embora seletivos da vida e ministério público de Jesus.
ü Eles foram escritos para ser o testemunho
histórico de Jesus Cristo, apresentado o como o Messias, o Salvador e Senhor
para todas as nações.
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